13 jan, 2016 - 10:04 • Pedro Mesquita
O Presidente dos Estados Unidos não se referiu directamente a Donald Trump no seu último discurso sobre o estado da União, na terça-feira. Nem foi preciso. A América que Obama apresentou é em tudo diferente da que é defendida pelo multimilionário que pretende chegar à Casa Branca.
“Houve, no fundo duas Américas, com a de Obama, a puxar pela positiva e pelos valores americanos de união, de integração e inclusão”, começa por analisar, à Renascença, o especialista em política norte-americana Germano Almeida.
“Claramente, o Presidente tem uma visão de uma visão de esperança e de tolerância que se demarca da forma como Trump se tem referido aos refugiados e aos muçulmanos”, prosseguiu, recordando as críticas de Obama aos políticos que insultam os muçulmanos.
“Isso não nos dá mais segurança. É tão, somente, errado”, afirmou o Presidente norte-americano. Germano Almeida nota como “nessa parte do discurso, uma grande parte da bancada republicana não acompanhou o discurso, o que demonstra como aquele país, aquele Congresso e aquele sistema político está dividido”.
No plano externo, Obama destacou ainda “os seus dois trunfos”: Cuba e o acordo nuclear com o Irão. Trata-se de “outro ponto que o distingue da bancada republicana e o Presidente exortou que não se recue e que esse acordo seja concretizado”, comenta ainda o especialista em política norte-americana.
Ao pessimismo de Donald Trump, Barack Obama respondeu ainda com os números da economia e das metas alcançadas na saúde.