18 jan, 2016 - 16:42
O estado dos cinco voluntários que participaram num ensaio clínico e ainda se encontram hospitalizados em França melhorou, indicou o hospital de Rennes, um dia depois de ter falecido o paciente em morte cerebral.
Um dos hospitalizados, que não apresentou qualquer sintoma, mas foi hospitalizado por precaução, "poderá voltar a casa" ao fim do dia, de acordo com um comunicado do hospital.
Três vão ser transferidos para centros hospitalares próximos das respectivas áreas de residência.
O quinto voluntário vai continuar sob vigilância médica, no serviço de neurologia do hospital de Rennes, no noroeste de França.
O mesmo comunicado indica que no fim-de-semana outros 18 voluntários foram submetidos a exames neurológicos e ressonâncias magnéticas ao cérebro, sem que tenham sido encontrados vestígios das anomalias clínicas e radiológicas registadas nos pacientes afectados.
O hospital afirmou que vai continuar a examinar outros voluntários do ensaio clínico.
Todos os doentes são homens entre os 28 e os 49 anos, que participaram num estudo efectuado pelo laboratório francês Biotrial para o grupo farmacêutico português Bial, para testar um novo medicamento destinado a tratar perturbações de humor como a ansiedade.
O ensaio clínico de Fase 1 tinha um total de 108 voluntários, 90 dos quais receberam a droga, enquanto os restantes tomaram placebos.
Os seis homens que foram internados foram o grupo que recebeu a dose mais elevada, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.
Quando foi conhecido este incidente, o pior deste tipo que já aconteceu em França, a Bial garantiu que estava a acompanhar de perto todos os doentes, dando conta de que o ensaio com humanos daquele medicamento, com um composto experimental, estava a decorrer desde Junho de 2015.
A farmacêutica vincou ainda que o ensaio foi aprovado pelas autoridades francesas, bem como pela comissão de ética em França, e está de acordo com a legislação que enquadra os ensaios clínicos.
A ministra da Saúde francesa disse não existir nenhuma razão para parar os ensaios clínicos da farmacêutica. A Bial testava uma nova molécula com actuação a nível do sistema nervoso central, com efeitos provavelmente como analgésico ou a nível de alterações de humor.