24 jan, 2016 - 18:04
Várias centenas de manifestantes desfilaram no nordeste da Grécia contra a cerca erguida na fronteira terrestre greco-turca, reclamando a abertura de passagens seguras para os migrantes.
O protesto acontece dois dias após o afogamento de, pelo menos, 45 refugiados no mar Egeu.
Respondendo ao apelo de organizações de esquerda, os manifestantes, entre os quais activistas turcos, agitaram bandeiras em que podia ler-se, em grego, turco e inglês "Abram as fronteiras, Chega de mortes no Egeu!".
Partiram da cidade de Kastanies, alguns envergando um colete salva-vidas, transformado em símbolo do êxodo no mar Egeu, e foram parados pela polícia a várias centenas de metros da cerca, situada numa zona militarizada de acesso restrito.
Um grupo de emigrantes paquistaneses empunhava uma bandeira com uma fotografia do pequeno sírio Aylan, jazendo morto numa praia turca, recordando uma das vítimas de naufrágio que emocionou a comunidade internacional em Setembro.
A seguir, dezenas de outros "Aylan" pereceram em circunstâncias semelhantes no mar Egeu, dos quais pelo menos só 20 na sexta-feira, em três naufrágios entre a Turquia e as ilhas gregas.
Outro grupo de manifestantes foi bloqueado pelas autoridades turcas no posto fronteiriço de Kypoi, onde chegou de carro.
Esta manifestação foi a segunda do género desde Outubro.
E surgem novos muros
A Áustria anunciou que vai erguer uma cerca ao longo da sua fronteira com a Eslovénia para controlar o fluxo migratório.
Mas este não é o primeiro. As autoridades húngaras começaram a 13 de Julho a erguer um muro de quatro metros de altura que deverá prolongar-se pelos 175 quilómetros da fronteira entre a Hungria e a Sérvia.
Já o governo búlgaro começou a reforçar o controlo da sua fronteira com a Turquia em 2014. Uma das medidas foi a construção de um muro com cerca de 160 quilómetros ao longo da linha fronteiriça.
Mais recente é a vedação de 1,5 quilómetros em Calais, no Norte de França, ao longo da entrada para o Canal da Mancha e que vai dar ao sul de Inglaterra. A estrutura, com pouco menos de quatro metros de altura, é temporária e será aumentada. O Reino Unido está a planear gastar cerca de 31 milhões de euros em novas vedações.