Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

"Política do medo" reverte acções tomadas em prol dos direitos humanos

27 jan, 2016 - 11:01

Alerta é da Human Rights Watch, que crítica as acções tomadas pelos líderes europeus perante o aumento do fluxo de refugiados.

A+ / A-

O medo do terrorismo incentivou diversos países a reverterem acções tomadas em prol da preservação dos direitos humanos, salienta o 26.º relatório mundial divulgado pela Human Rights Watch (HRW) nesta quarta-feira.

Kenneth Roth, director daquela organização não governamental (ONG), explica que a chamada "política do medo" alimentada pelos ataques terroristas e a crise de refugiados na Europa em 2015, incentivou os governos ocidentais a aprovarem restrições que colocaram em causa o directo à privacidade dos cidadãos.

Na sua análise, Roth salienta que os Estados Unidos usaram a ameaça do terrorismo para reverter restrições impostas aos serviços secretos que se envolvem em acções de vigilância em massa.

"O Reino Unido e a França também têm procurado expandir as suas competências de controlo. Isso prejudica significativamente o direito à privacidade, sem qualquer aumento demonstrado na capacidade de conter o terrorismo", diz o especialista.

Citando os ataques de radicais islâmicos na Europa, Roth argumenta que os agressores eram conhecidos pelas autoridades locais, mas a polícia estava sobrecarregada para dar seguimento a uma investigação.

Por isso, considera que não seria necessário aprovar leis que permitem o acesso aos dados particulares dos cidadãos para limitar este tipo de ataque.

Segundo o relatório, a "política do medo" também estaria sendo imposta em nações classificadas pela HRW como autoritárias, entre elas a Rússia e a China, que teriam reprimido duramente elementos de movimentos sociais e advogados activistas no ano passado.

Precisa-se de um plano seguro para os refugiados

Outro ponto relevante do levantamento são as críticas às acções tomadas pelos líderes europeus perante o aumento do fluxo de refugiados da Síria.

"A maioria dos requerentes de asilo tem pouca escolha além de arriscar as suas vidas em barcos frágeis no mar para chegar à Europa. Esse facto teria criado uma situação caótica que pretensos terroristas podem facilmente explorar", salientou.

Para conter o problema, o HRW defende a formulação de um plano seguro e ordenado para os refugiados fazerem seu caminho até a Europa, que reduziria o número de vidas perdidas e ajudaria os funcionários da imigração a filtrarem os riscos de segurança.

Apesar do retrocesso registado no ano passado, a HRW também identificou acções favoráveis aos direitos humanos, como a aprovação de leis que garantiram os direitos da comunidade lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT). Entre os exemplos expostos estão a descriminalização da homossexualidade em Moçambique e a legalização do casamento homossexual na Irlanda, México e nos Estados Unidos.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • António Costa
    27 jan, 2016 Cacém 16:32
    O Sr. Kenneth Roth já ouviu falar no "Setembro Negro"? Milhares de palestinianos tinham fugido para a Jordânia e em 1970 as organizações palestinas tinham formado um estado dentro do estado. Em Setembro de 1970, o exército jordano ataca em força os refugiados palestinianos na Jordânia. Os palestinianos sofrem milhares de mortos e fogem em massa. Para o Líbano. O Líbano vai entrar por sua vez em guerra civil. O que é que o Sr. O Sr. Kenneth Roth pretende? Uma Guerra Civil à Escala Europeia? É o que a entrada em massa de refugiados muçulmanos vai acabar por provocar!
  • Pirata
    27 jan, 2016 Tortuga Bay 12:32
    Não é politica de medo. É constatação da realidade. A Europa é para pessoas civilizadas que acreditam nos nossos valores. Quem não gosta, não entra. Eles que não gritem aqui por borlas, que lutem lá pelo país deles.
  • Miguel
    27 jan, 2016 Lisboa 12:29
    O problema não é o medo... são resultados: Suécia - Aumento de 457% no número de violações e ataques sexuais contra mulheres, entre 2013 e 2015. Dinamarca - Aumento de 400% no número de ataques sexuais contra mulheres e 7400% nas altercações em zonas públicas. Alemanha - Mais de 500 candidatos a asilo detidos por violência sexual contra mulheres e 17400 punidos por situações de furto ou roubo agravado. Perante isto, os governos tem de começar a colocar travões às situações. Ou vão-se encontrar reféns das mesmas situações que estão a ocorrer nos países do próximo oriente. A Suiça já aplica a tarifa de 3000 euros por cada refugiado que peça asilo. A Dinamarca aprovou a mesma coisa. Na Bélgica e França, existem zonas em que existem mais de 4 milhões de pessoas que não têm a documentação em dia. Os atentados de Paris só mostraram que existem terroristas infiltrados e que se disfarçam nestes meios. Toda a gente sabia que iria acontecer... não sabiam eram quando ou onde. E não podiam avançar com medidas preventivas, pois seriam consideradas como sendo falta de apoio a refugiados.
  • Manuel Pinto
    27 jan, 2016 Porto 12:11
    O problema é que uma percentagem de refugiados são islamistas, assassinos e ladrões. Veja-se as noticias das mortes de inocentes provocados por essa gente a quem os tem tentado ajudado.

Destaques V+