27 jan, 2016 - 02:47
A decisão de tapar estátuas de figuras nuas por causa da visita oficial do Presidente do Irão, Hassan Rouhani, está a causar polémica em Itália.
Para evitar qualquer possível ofensa ao líder da República Islâmica do Irão, as estátuas nuas dos Museus Capitolinos, em Roma, foram cobertas por uma espécie de caixa.
A oposição italiana e os comentadores criticaram o primeiro-ministro. Consideram que Matteo Renzi foi longe demais para agradar ao convidado com o qual vai assinar acordos no valor de 17 mil milhões de euros.
Renzi está debaixo de fogo cerrado por numa conferência de imprensa conjunta não ter, praticamente, feito referências ao cadastro do Irão em matéria de violações aos direitos humanos, mas também por ter “vendido” a identidade cultural de Itália ao tapar as centenárias estátuas de mulheres despidas.
“O respeito pelas outras culturas não pode significar a negação da nossa cultura”, declarou Luca Squeri, deputado do partido de centro-direita Forza Italia, do antigo primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
A pedido do Governo do Irão, a diplomacia italiana também não incluiu vinho na ementa de um banquete realizado esta segunda-feira à noite.
Para a deputada Barbara Saltamartini, da Liga do Norte, cobrir as estátuas com painéis brancos representa um “acto de submissão”. O líder do partido da direita radical, Matteo Salvini, escreveu no Facebook que “é uma loucura”.
À esquerda, Gianluca Peciola, do partido Ecologia e Liberdade, já pediu ao primeiro-ministro que venha a público explicar o que apelidou de uma “decisão desastrosa que representa a mortificação da arte e da cultura como valores universais”.
A visita do Presidente do Irão a Itália termina esta terça-feira.