Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Suécia dá ordem de expulsão a migrantes

28 jan, 2016 - 08:14 • André Rodrigues

Estocolmo reverte a política de integração de migrantes e dá ordens para repatriar entre 60 mil e 80 mil. Multiplicam-se as barreiras à entrada de pessoas no espaço europeu.

A+ / A-

A Suécia tornou-se, esta quinta-feira, o segundo país nórdico da União Europeia a restringir, de forma clara, o acolhimento de pessoas oriundos dos cenários de guerra.

O ministro da Administração Interna sueco anunciou o repatriamento de 60 mil a 80 mil migrantes.

A decisão anunciada não é consensual dentro do partido que sustenta o Governo e o tom emotivo com que a vice-primeira-ministra aborda a questão é sintoma evidente dessa divisão.

Em conferência de imprensa, Asa Romson reconhece, “com completa honestidade, que tem havido discussões muito controversas dentro do partido acerca da percepção desta realidade”. E conclui que, afinal, “esta é mesmo a melhor forma de ajudar o partido que suporta o governo a fazer alguma coisa” nesta matéria.

A Suécia começou por adoptar uma política de porta aberta para os requerentes de asilo, mas, no início do ano, passou a restringir a entrada de refugiados não documentados.

No ano passado, 163 mil pessoas pediram asilo a Estocolmo. Foram analisados 59 mil casos, mas as autoridades só aceitaram pouco mais de 20.600.

Expulsões na Suécia, confisco na Dinamarca, descoordenação na Europa

A intenção anunciada pelo governo de Estocolmo surge um dia depois de a Dinamarca ter aprovado a nova, e controversa, legislação do asilo que, entre outros pontos, prevê o confisco de bens e dinheiro de montante superior a 1340 euros aos refugiados que queiram entrar no país.

A medida motivou uma forte reacção negativa, sobretudo dentro da União Europeia, com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, a acusar os actores políticos de “não terem aprendido as lições do passado”.

Na quarta-feira, por ocasião dos 71 anos da libertação de Auschwitz, Schulz falou de “vergonha” face ao que diz ser o recrudescimento do anti-semitismo na Europa.

“O que me enfurece é que essas pessoas têm lugar neste Parlamento. Os negacionistas são eleitos e estão aqui a falar sobre as crianças nas praias da Europa como sendo escumalha humana”, afirmou emocionado.

Mas há, por outro lado, sinais porventura ainda mais contraditórios dentro da União Europeia. Com as ilhas gregas no epicentro do drama dos refugiados, Bruxelas acusa Atenas de ter negligenciado de forma grave os seus deveres de fronteira no âmbito do espaço Schengen.

A Comissão Europeia diz que o governo grego já não tem capacidade para responder ao fluxo diário de refugiados que tentam entrar na Europa através das ilhas gregas.

O vice-presidente do executivo comunitário, Valdis Dombrovskis, ameaça com o encerramento de fronteiras com a Grécia, caso o executivo de Alexis Tsipras não estabeleça um controlo eficaz de fronteiras no prazo de três meses.

Enquanto isso, multiplicam-se as barreiras no espaço europeu: a Áustria vai erguer uma cerca ao longo da fronteira com a Eslovénia, a Bulgária vai reforçar o controlo de fronteira com a Turquia, a Hungria está a construir um muro ao longo dos 175 quilómetros de fronteira com a Sérvia e o Reino Unido vai reforçar as vedações existentes na fronteira do Canal da Mancha.

A investigadora do ISCTE Cristina Santinho, especialista em migrações, fala num retrocesso nos valores fundadores da União Europeia.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Alexandre Rosa
    02 fev, 2017 18:26
    As pessoas deviam estudar um bocado as situações mundiais antes de criticarem o que quer que fosse... vivi 3 anos na Suécia e ainda visito frequentemente e eles tem mil e uma razoes para quererem parar o fluxo de refugiados no seu Pais, as ondas de crime aumentaram drasticamente desde que a Suécia abriu as fronteiras até hoje só foi piorando e depois com a situação de aceitar refugiados ainda piorou mais quando muitos desses são tão agradecidos que molestam raparigas e crianças suecas, assaltando e matando os mesmos de formas que nunca tinham acontecido antes, perto de onde eu vivia, na cidade de Gotemburgo sitios que eu conhecia foram assaltados por criminais como um restaurante muito conhecido e morreram 2 jovens inocentes que so tiveram azar de estar la na hora errada...depois um rapaz também este inocente no sitio errado na hora errada morreu num apartamento porque atiraram uma granada a tentar matar os proprietarios,entre muitos outros casos Portugal tem ainda muita sorte que por agora ainda anda muito pacifico isto muito provavelmente devido ao nosso Pais não ser nada atraente a nível monetário comparado com muitos outros paises da UE mas isto também leva muitas pessoas a falarem sem saber o que estão a dizer, e eu não sou contra ajudar refugiados e estrangeiros já agora mas acredito que estas situações deviam ser muito mais bem estudadas, por ultimo digo que as pessoas deviam estudar muito bem os factos antes de criticar o que quer que seja.
  • Renato Nunes
    01 fev, 2017 Myrtle Beach, SC 21:21
    So uma pergunta. porque e que, sendo o Islamismo tao anti-Cristianismo, os refugiados muculmanos nao se dirigem para uma Arabia Saudita , Qatar , Emiratos, Kuwait, etc...( paises ricos em PAZ, da mesma FE e lingua que tem dinheiro de fartura e podem ajudar ) e preferem vir para casa do INFIEL...a Europa Crista ? Sera que ha segundas intencoes nesta enorme corrente de Muculmanos a ser ditigida para dentro da Europa Ocidental ? Alguem tem uma resposta ?
  • Fernando Palma
    31 jan, 2017 Cardiff U.K. 21:27
    Acho muito bem que fechem as fronteiras ...Cada pais , se quiser receber refugiados, que os va buscar aos campos de refugiados e que sejam muito bem selecionados ,para nâo meterem entre portas terroristas .Essa senhora Santinho deve ser muito ingenua , pode ir viver para o Iemen ou Arabia Saudita e veja o que eles querem trazer de la para a Europa ...Investiga mais e nâo diga baboseiras
  • Nuno
    31 jan, 2017 Australia 11:32
    A Cristina Santinho esta envergonhada. Pode sempre imigrar para os paises de onde veem os refugiados que tanto a preocupa, tentar andar com a cabeca descoberta e exigir os direitos que tinha na Europa. Nao lhe dou 48 horas antes de ser violada e apedrejada ate a morte.
  • João
    31 jan, 2017 01:23
    E povoar o mediterrâneo de tubarões, já alguém se lembrou?
  • joao
    30 jan, 2017 lisboa 23:15
    mais vale tarde , do que nunca !
  • JD
    30 jan, 2017 VFX 18:24
    Entretanto A Suécia tornou-se o 2º pais do mundo com maior nº de esturpos. Parece mentira, mas não é, confirmem na net.
  • Anti islamização
    17 abr, 2016 Portugal 19:16
    Parabéns. Já estão a ver o problema que estes falsos refugiados podem vir a tornar-se...
  • roberto
    01 fev, 2016 florianópolis sc 01:01
    Não se precupe, todos que estão escrito no livro da vida serão sustentado pelo Senhor dos exércitos, a guerra da Síria que vai fazer 5 anos, só foi o sinal da grande tribulação que vai começar esse ano. Os refugiados, que tem muitos escrito no livro da vida...não vai ser só de sírios,mas de quase todas as nações, menos Brasil,Paris e Israel, porque Deus escolheu como terra de regate, que o Senhor não vai permitir o implante do sinal da besta, até o arrebatamento, e essa geração perversa, imunda que não tem amor a uma alma, vão resebe de Deus a sua recompensa.
  • AP
    30 jan, 2016 Canada 18:02
    Em 1960 : tambem saimos ,causa miseria e outras , somos emigrantes por alguma coisa;

Destaques V+