01 fev, 2016 - 14:36
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Uma britânica que se juntou ao autodenominado Estado Islâmico na Síria, levando o filho de 14 meses consigo, foi condenada a seis anos de prisão. É um caso inédito no Reino Unido.
Tareena Shakil, de 26 anos, foi detida pela polícia britânica quando regressou ao Reino Unido, em Fevereiro de 2015. Segundo a imprensa, é a primeira pessoa que regressou dos territórios controlados pelo grupo terrorista a ser condenada no país.
Shakil foi considerada culpada por um tribunal de Birmingham, centro de Inglaterra, de "pertencer a uma organização proibida" e de encorajar o terrorismo em mensagens e fotografias que publicou em redes sociais.
A decisão de levar consigo o filho foi considerada pelo tribunal como uma agravante: "Sabia bem que o futuro a que estava a sujeitar o seu filho era provavelmente a conversão e seguidamente a vida como combatente terrorista", afirmou o juiz Melbourne Inman ao pronunciar o veredicto.
Shakil radicalizou-se através da internet e, em Outubro de 2014, disse à família que ia de férias à Turquia. Em vez disso, atravessou a fronteira com a Síria e viajou até Raqa, bastião do Estado Islâmico.
"Fui para construir um lar para todos nós no paraíso, Alá promete-nos o paraíso se sacrificarmos a nossa vida terrena", escreveu numa mensagem para um familiar. "Não vou voltar".
Regras demasiadas rígidas
Em Raqa, foi mantida numa casa com outras mulheres solteiras. Fotografias gravadas no seu telemóvel mostram-na posando com o filho, ambos com gorros preto com o símbolo do Estado Islâmico, ou segurando uma metralhadora.
Ao fim de algum tempo, no entanto, Shakil considerou as regras do grupo extremista demasiado rígidas.
Em Janeiro de 2015, depois de várias buscas na internet com a frase "Quero sair do EI", viajou com o filho, por estrada, até à Turquia, onde se entregou ao exército.
Colocada num avião para Londres pela polícia turca, foi detida pelas autoridades britânicas à chegada ao aeroporto de Heathrow, em Fevereiro de 2015.
Durante o julgamento, Shakil afirmou que só viajou para a Síria porque queria "viver sob a 'sharia'" (lei islâmica) e admitiu que "cometeu um erro" ao levar o filho consigo.