16 fev, 2016 - 12:30
O presidente da Assembleia-geral das Nações Unidas considerou que António Guterres "é um bom candidato" ao cargo de secretário-geral da ONU e lembrou que, além das "competências", também conta o género e a proveniência geográfica nesta eleição.
Em declarações à agência Lusa, em Bruxelas, Mogens Lykketoft, afirmou que há consenso de que "as competências devem ser o principal (na escolha do secretário-geral), mas também há outras considerações sobre o género e proveniência geográfica".
"Eu não posso prever o desfecho, mas acho muito empolgante" o processo que junta "bons candidatos", acrescentou.
A 22 de Janeiro, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou através do jornal “Público” que o Governo do PS iria apresentar oficialmente, em Fevereiro, a candidatura de António Guterres a secretário-geral da Nações Unidas. No mesmo dia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu um comunicado confirmando essa decisão, esperando-se que a apresentação oficial decorra ainda durante este mês.
Mogens Lykketoft caracterizou Guterres como "um bom candidato" a sucessor do sul-coreano Ban Ki-moon e não deixou de lembrar que o português é "um bom amigo, foi um primeiro-ministro impressionante de Portugal e um muito, muito bom Alto-Comissário para os Refugiados da ONU".
"Mas não me cabe a mim seleccionar o próximo secretário-geral. Falando francamente, não posso prever o resultado deste processo", referiu Lykketof, considerando que o processo "será empolgante".
No passado dia 9, a Bulgária anunciou formalmente a candidatura da chefe da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Irina Georgieva Bokova, ao cargo de secretária-geral das Nações Unidas.
Além de Bokova, foram anunciadas outras duas candidaturas oficiais oriundas daquela região: a da ministra dos Negócios Estrangeiros croata, Vesna Pusic, e a do macedónio Srgjan Kerim, que presidiu à assembleia-geral da ONU entre 2007 e 2008.
A Europa de Leste é o único grupo regional que ainda não teve um secretário-geral da ONU, sendo os candidatos desta zona considerados favoritos na eleição.
O próximo secretário-geral assumirá funções a 1 de Janeiro do próximo ano, substituindo o sul-coreano Ban Ki-moon, que cumpriu dois mandatos de cinco anos.