19 fev, 2016 - 10:15
O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, admitiu a vários líderes europeus, em Bruxelas, ser muito provável a repetição das eleições gerais em Espanha, devido à falta de acordo entre partidos.
A colocação dessa hipótese aconteceu nas conversas antes do início da cimeira europeia, a decorrer em Bruxelas, que Rajoy manteve, entre outros, com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e com o seu homólogo da Estónia, Taavi Roivas.
A agência AFP notou que nas imagens da conversa com Cameron, Rajoy explicou o processo da constituição do governo. O governante espanhol afirmou ao homólogo britânico não acreditar que irá resultar e que o "mais provável é que haja eleições" em Junho.
Na conversa com o líder estónio, Rajoy comentou que a situação está complicada e que é provável que se convoque novas eleições, precisando quantos elementos eleitos tem cada partido.
À entrada para a reunião com o PPE, Rajoy assegurou ser um "cenário impossível" que o seu partido, o PP, se abstenha na votação de investidura para garantir um governo do PSOE liderado por Pedro Sánchez.
Pedro Sánchez também se deslocou a Bruxelas para a reunião do Partido Socialista Europeu e encontros com o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, e com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schultz.
Ao comissário europeu, Sánchez garantiu uma "política fiscal rigorosa" e a diminuição do défice público, mas numa lógica que permita manter o crescimento e a coesão social.
O socialista referiu, aos jornalistas, que espera conseguir "em poucos dias" o apoio necessário para chegar à investidura com a garantia de formar governo.
Impasse político
O impasse político em Espanha dura desde as eleições gerais de 20 de Dezembro.
O Partido Popular foi a força partidária mais votada, mas não conseguiu revalidar a maioria.
A força política liderada por Mariano Rajoy conquistou 28% dos votos e 123 mandatos de deputados.
O PSOE conseguiu 22% dos votos, 90 lugares no Parlamento.O Podemos teve 20% dos votos, 69 lugares de deputados.O Ciudadanos garantiu 40 mandatos, quase 14% dos votos.