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Calais. Demolição não destrói a esperança de uma vida melhor

26 fev, 2016 - 07:52 • Vasco Grandra, em Calais

As autoridades francesas decidiram demolir parte do campo de migrantes e refugiados de Calais e admitem recorrer à força. O objectivo é realojar milhares de pessoas em contentores provisórios, mas não há espaço para todos.

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Começa a demolição da "Selva" de Calais. "Como podem fazer uma coisa destas no Inverno?
Começa a demolição da "Selva" de Calais. "Como podem fazer uma coisa destas no Inverno?

Começa esta sexta-feira a destruição de parte do acampamento de refugiados e migrantes de Calais, em França. Mas a maior parte garante que vai continuar a tentar chegar ao Reino Unido.

Contudo, muitos migrantes nem sequer sabem da decisão da justiça francesa. Quem está informado, diz que o importante é mesmo chegar ao Reino Unido. É o caso que de um iraquiano de 23 anos, que tem família naquele país.

À Renascença, relatou a vida no campo: “Dormimos, acordamos de manhã, damos uma volta e nada mais. Consegues alguma comida, mas não podes fazer mais nada: não se pode trabalhar, não se pode estudar, nada”.

Além disso, as condições são muito precárias. Acumulam-se dezenas de barracas e tendas no meio de muito lamaçal e lixo. As autoridades francesas querem demolir parte do campo e passar as pessoas para contentores equipados, mas não há lugar para todos e muitas famílias não querem ser separadas.

Ninguém sabe ao certo quantos estão em Calais, dentre afegãos, paquistaneses, sírios e eritreus. São, sobretudo, homens jovens, mas também há famílias e crianças – muitas sozinhas, como revelou à Renascença uma funcionária de uma organização humanitária, que falou com um rapaz de 12 anos.

“Há todo o tipo de crianças aqui e estou surpreendida, porque este tem 12 anos e é muito novo. Em geral, há jovens com 17 anos e são quase maiores. Mas é verdade que é surpreendente vê-lo tão pequeno, aqui sem família e só com amigos”, relata.

Calais é conhecido como “Selva” e o prazo para os que lá estão saírem tinha terminado na terça-feira.

Comentários
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  • Raul
    26 fev, 2016 Portugal 10:15
    mas qual esperança de vida melhor?! a Europa está em crise com o emprego e estes gajos vêm para cá procurar o quê?

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