07 mar, 2016 - 14:35
O Rei de Espanha comunicou esta segunda-feira ao presidente do Congresso dos deputados, Patxi López, que não vai iniciar "neste momento" novas consultas com os representantes partidários, na sequência do inédito chumbo da investidura do candidato socialista, Pedro Sánchez.
Na sexta-feira, o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, perdeu a segunda votação de investidura para presidente do Governo de Espanha, tornando-se no primeiro candidato na história da democracia espanhola a não conseguir fazê-lo. Na segunda votação, o candidato socialista apenas precisava de maioria simples, mas obteve 218 votos contra e 131 votos a favor (90 dos socialistas, 40 do Cidadãos e um da Coligação Canária).
Na primeira votação, na quarta-feira passada, Sánchez tinha perdido com 219 votos contra, uma abstenção (Coligação Canária) e 130 votos a favor.
O monarca espanhol, Felipe VI, que esteve reunido no Palácio da Zarzuela com Patxi López, anunciou numa nota de imprensa que a sua decisão de não ouvir outra vez os partidos visa deixar que sejam os próprios partidos "a levar a cabo as acções que considerem convenientes".
O PSOE conseguiu um acordo de investidura com o Cidadãos, mas que é insuficiente para formar governo, a não ser que o PP (123 deputados) ou o Podemos (69 deputados contando com as suas três formações regionais) se abstenham numa segunda votação.
O PP, de Mariano Rajoy, e o Podemos, de Pablo Iglesias, votaram - como já tinham anunciado - contra o candidato socialista. Os "populares" consideram que ganharam as eleições de Dezembro (ainda que sem maioria absoluta), pelo que propõem um governo de "grande coligação", com o PSOE e o Cidadãos.
Já o partido de Pablo Iglesias tem vindo a reiterar que o PSOE recebeu uma proposta de governo de coligação à esquerda (com Podemos e Izquierda Unida), mas que preferiu fazer um acordo com o centro-direita (Ciudadanos). Iglesias insiste que está disponível a negociar com Sánchez, mas apenas um governo de esquerda, ou seja, sem o Ciudadanos de Albert Rivera.
Qualquer nova sessão de investidura terá de partir de um convite do Rei, seja com o mesmo candidato (Pedro Sánchez) ou com qualquer outro que ateste perante o Rei que tem os apoios necessários.