09 mar, 2016 - 21:39
“Violaram-nos, mataram os nossos homens e levaram as nossas crianças”. O testemunho é de Nihad Barakat Shamo Alawsi, uma adolescente yazidi que escapou ao terror do autoproclamado Estado Islâmico.
Nihad foi raptada há dois anos, da cidade de Sinjar, no Iraque, juntamente com 27 elementos da sua família. Tinha 15 anos e não esquece essa “manhã negra” da sua ainda curta vida.
Andou de um lado para o outro. Foi levada, primeiro, para a Síria e, depois , para Mosul, bastião do autoproclamado Estado Islâmico na região Norte do Iraque.
Sobreviveu e escapou aos horrores dos jihadistas. Agora, com 17 anos, partilhou a sua história com o mundo num evento organizado pela Fundação AMAR, uma organização que trabalha na área da educação e saúde no Médio Oriente.
“O pior foi a tortura em Mosul. Fomos espancadas e violadas continuamente, durante duas semanas. As raparigadas foram separadas das suas famílias e violadas constantemente. Depois foram entregues aos emires”, conta Nihad.
Os extremistas do Estado Islâmico capturaram cerca de cinco mil homens e mulheres da etnia yazidi no Verão de 2014.
Cerca de dois mil conseguiram escapar ou foram traficados para fora do território controlado pelos jihadistas no Iraque e na Síria, de acordo com activistas.
As Nações Unidas estimam que 3.500 pessoas ainda estejam em poder do Estado Islâmico no Iraque, na sua maioria mulheres e raparigas da comunidade yazidi, usadas como escravas sexuais.
Os yazidis são considerados adoradores do demónio pelo Estado Islâmico.