11 mar, 2016 - 08:26
O Japão assinala esta sexta-feira o quinto aniversário do terramoto e tsunami ocorridos no nordeste do país, que fizeram mais de 18 mil mortos e desencadearam a crise nuclear de Fukushima, a pior desde Chernobil, na Ucrânia.
A 11 de Março de 2011, um sismo de magnitude 9 na escala de Ritcher e o tsunami que se seguiu devastaram o nordeste do Japão, e provocaram graves danos na central de Fukushima Daiichi, estragos que ainda mantêm longe das suas casas milhares de pessoas.
Ao longo do dia realizar-se-ão homenagens às vítimas em todo o país, as quais têm como ponto central o minuto de silêncio que vai ser cumprido às 14h46 (5h46 em Lisboa), a hora a que teve lugar a catástrofe que obrigou à retirada de cerca de meio milhão de pessoas.
Em muitas localidades, activar-se-á inclusive o alarme de tsunami - à mesma hora - para recordar o momento do sismo com epicentro frente à província de Miyagi, o qual originou ondas descomunais que varreram esta zona do arquipélago japonês e alcançaram os 20 metros de altura em alguns pontos.
As cidades e as localidades mais afectadas celebram diferentes actos, enquanto em Tóquio está prevista uma cerimónia solene em que o imperador Akihito e a imperatriz Michiko prestarão tributo aos que morreram na maior tragédia ocorrida no Japão desde a II Guerra Mundial.
Após o minuto de silêncio, o primeiro-ministro, Shinzo Abe, irá proferir um discurso, seguido do imperador, estando também previstas intervenções de outras autoridades estatais e de familiares das vítimas procedentes das três províncias mais atingidas: Fukushima, Miyagi e Iwate.
Depois do acidente nuclear, 200 mil pessoas foram retiradas de localidades próximas da central, das quais 74.200 continuam sem regressar às suas casas num raio de entre 10 e 20 quilómetros em torno da central.
Além disso, até hoje, 57.677 pessoas das províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima residem em abrigos temporários pré-fabricados.
O número oficial de mortos causados pelo desastre natural ascende a 15.894, número que se soma a 2.561 pessoas dadas como desaparecidas e cujos corpos nunca foram encontrados.
Também continua a aumentar o número de suicídios entre os sobreviventes, bem como as mortes relacionadas com o stress pós-traumático e com as condições de vida dos deslocados.
Este número tocou os 3.410 mortos cinco anos depois do desastre, segundo os mais recentes dados compilados pela agência Kyodo.