15 mar, 2016 - 15:19
O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva decidiu aceitar um cargo ministerial no governo de Dilma Rousseff, avança esta terça-feira o jornal brasileiro "O Globo". A nomeação vai permitir a Lula da Silva ganhar maior protecção jurídica face às investigações de corrupção em curso e nas quais é suspeito, nomeadamente na operação "Lava Jato".
“Ainda que esteja marcada uma conversa com Dilma Rousseff para esta terça-feira dada como definitiva, Lula avisou a vários 'petistas' próximos que decidiu aceitar o convite para integrar o ministério e voltar a despachar no Palácio do Planalto", lê-se no "Globo". Já a revista "Veja" acrescenta que “a reviravolta no núcleo do governo é vista como o último lance para evitar a queda de Dilma".
Lula da Silva admitiu, em depoimento prestado a 4 de Março e reproduzido segunda-feira na imprensa, que funcionários do Instituto Lula possam ter pedido doações a empresas da investigação “Lava Jato”.
Em resposta às perguntas da Polícia Federal no âmbito da 24.ª fase da Operação “Lava Jato”, o ex-chefe de Estado disse que negou ter procurado qualquer empresa envolvida na investigação de corrupção para pedir doações ao instituto com o seu nome, mas admitiu que funcionários daquela entidade possam ter pedido dinheiro "a todas" as empresas.
No depoimento, o ex-Presidente mostrou-se irritado: "No mundo desenvolvido isso já é uma coisa normal, ou seja, não é nem vergonha, nem crime, alguém dar dinheiro para uma fundação, aqui no Brasil a mediocridade ainda transforma tudo em coisas equivocadas".
O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal acreditam ter encontrado indícios de que Lula recebeu vantagens indevidas, como um apartamento e reformas em imóveis, além de doações e pagamentos por palestras via Instituto Lula e a empresa LILS Palestras, que pertence ao ex-Presidente.
No domingo houve manifestações em várias cidades brasileiras contra o governo de Dilma Rousseff. Milhares de pessoas apelaram à queda do governo do PT em Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belém, Salvador, Fortaleza, São Luís, Maceió, Recife e Belo Horizonte.