18 mar, 2016 - 08:22
Leia também:
O ex-Presidente do Brasil Lula da Silva escreveu, na quinta-feira à noite, uma carta aberta aos brasileiros, na qual diz confiar no Supremo Tribunal Federal e se assume como vítima de actos de violência, contra si e a sua família, que considera injustificáveis.
No documento divulgado pelos órgãos de comunicação social, Lula critica a divulgação de escutas telefónicas e a divulgação de notícias na imprensa antes de a informação ser transmitida aos visados.
Diz, no entanto, esperar que seja feita justiça, tal como ela deve ser praticada num Estado de Direito democrático.
O Brasil vive momentos de convulsão político-jurídica e a última madrugada foi novamente de protestes, desta vez mais tranquilos. Para esta sexta-feira, são esperadas novas manifestações populares.
Nas últimas horas, foi constituída a Comissão Especial da Câmara de Deputados para coordenar o processo que pode levar à destituição da Presidente Dilma Rousseff. Depois de aprovada a comissão, Dilma tem um prazo de dez sessões para apresentar a defesa.
Lula da Silva é um dos protagonistas do caso “Lava Jato”, considerado o maior escândalo de corrupção da história do Brasil.
Na quinta-feira, Lula tomou posse como ministro da Casa Civil da Presidente Dilma Rousseff numa tentativa de escapar ao juiz responsável pelo processo, Sérgio Moro.
Na qualidade de ministro, o antigo Presidente passa a beneficiar de “foro privilegiado”, tendo de responder às acusações, mas perante o Supremo Tribunal Federal.
Mas pouco depois de ter tomado posse, a Justiça brasileira suspendeu a nomeação de Lula da Silva para o cargo. Nas últimas horas, o presidente do Tribunal Regional Federal revogou esta decisão, aceitando as alegações de parcialidade apresentadas pelo representante legal do Governo.
Contudo, Lula ainda não pode exercer as funções de ministro, porque uma juíza do Rio de Janeiro um aceitou outro pedido de anulação da nomeação.
À Renascença, o político e sociólogo brasileiro Paulo Baía afirmou que o Brasil vive um momento de absoluta insegurança jurídica e política. O professor da Universidade do Rio de Janeiro antecipa mesmo possíveis momentos de violência nas manifestações desta sexta-feira, a favor e contra Dilma Rousseff e Lula da Silva.