19 mar, 2016 - 17:24
O ministro do Desporto brasileiro, George Hilton, anunciou que trocou o Partido Republicano Brasileiro (PRB) - que decidiu abandonar a coligação governamental -, pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS), e assim mantém-se à frente do Ministério.
"Desfilio-me por entender que, neste momento, nós, homens e mulheres que atuam na vida pública, devemos empenhar-nos no sentido de desfazer conflitos, evitar injustiças e trabalhar com afinco pela normalidade democrática e pela solidez das instituições nacionais", informou o ministro, em comunicado de imprensa.
Na nota, o governante defendeu que, "nesses dias sombrios", é preciso "apoiar o Governo da Presidente, Dilma Rousseff", acrescentando que, após um convite do PROS, decidiu filiar-se nesse partido.
De acordo com a Agência Brasil, o ministro e a chefe de Estado concordaram sobre a permanência no cargo, por entenderem também a importância de não haver descontinuidade nas preparações para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começam a 5 de Agosto.
Horas antes, o PRB tinha divulgado um comunicado informando oficialmente que George Hilton tinha elaborado uma carta de demissão e entregue o cargo a Dilma Rousseff.
Porém, segundo a Agência Brasil, mais tarde, o presidente nacional do partido, Marcos Pereira, foi "surpreendido" com a notícia através da imprensa.
Na quarta-feira à noite, o PRB decidiu abandonar o Executivo numa decisão unânime tomada numa reunião entre os deputados e as lideranças do partido num encontro na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Segundo a edição electrónica da Folha de São Paulo, a decisão da Presidente Dilma Rousseff de nomear o seu antecessor no cargo, Lula da Silva, para ministro da Casa Civil pesou na decisão.
A escolha do ex-chefe de Estado para um dos mais altos cargos no país foi vista como uma manobra política, numa altura em que Dilma Rousseff arrisca um processo de destituição.
Além disso, ao entrar para o Governo, Lula da Silva, investigado no âmbito da Operação “Lava Jato” (relacionada com corrupção em várias empresas, incluindo a petrolífera Petrobras), teria direito a foro privilegiado (imunidade jurídica).
Com esta decisão, a bancada do PRB na Câmara dos Deputados, com 21 parlamentares, e no Senado, onde tem um senador, passará a votar de forma independente no Congresso.
O PRB era um dos nove partidos que integram o Governo liderado por Dilma Rousseff.