27 mar, 2016 - 15:07
Os belgas foram privados de "marcha contra o medo" por causa da ameaça de terrorismo que continua elevada e a caça aos suspeitos depois dos ataques que vitimaram 28 pessoas na passada terça-feira. Mas este domingo ocorreram alguns incidentes com “hooligans” que pertencem a claques de futebol e com ligações aos movimentos de extrema-direita.
Cerca de 450 elementos de claques de futebol vestidos de preto vindos da estação de comboio de Bruxelas Norte, a estação ferroviária Vilvoorde, dirigiram-se para praça Bolsa de Valores, escoltados pela polícia, apesar da proibição de manifestações.
As autoridades belgas acabaram por ter de carregar sobre o grupo, depois de se viverem momentos de tensão com as pessoas que foram prestar homenagem às vítimas dos atentados.
"Os fascistas é que são terroristas", "não quero fascistas no meu bairro", foram algumas das palavras de ordem das pessoas contra um grupo de elementos vestidos de preto que se aproximou das baias de protecção da zona da Bolsa, onde surgiu um memorial espontâneo de homenagem às vítimas dos atentados de terça-feira.
Bruxelas, novo número de mortos
Os atentados de terça-feira em Bruxelas mataram 28 pessoas, revelaram no sábado as autoridades, explicando que o balanço anterior que apontava para 31 mortos incluía os três bombistas suicidas.
“Há 28 vítimas e três bombistas suicidas cuja morte está confirmada", declarou à AFP o porta-voz do centro de crise belga, Benoît Ramacker.
As autoridades haviam avançado na quarta-feira, no rescaldo dos atentados suicidas no aeroporto e no metro de Bruxelas, um balanço de 31 mortos. Este balanço incluía os três terroristas (dois no aeroporto e um no metro), cujos corpos na altura não puderam ser identificados.
Entre as 28 pessoas que morreram, 24 foram identificadas: 14 mortas no aeroporto de Bruxelas-Zaventem e dez na estação de metro de Maelbeek. Das 24 vítimas mortais já identificadas, 13 são belgas e onze estrangeiras de oito nacionalidades diferentes.
Segundo o centro de crise, o número de feridos é de 340 (de 19 nacionalidades diferentes, além dos belgas), dos quais 101 continuavam internados no sábado. Entre esses, 62 encontravam-se nos cuidados intensivos e 32 numa unidade de queimados.
"O balanço ainda é provisório, porque infelizmente ainda há um grande número de feridos nos cuidados intensivos", especificou o porta-voz.
Mais um homem identificado
Este domingo, os procuradores de Bruxelas indiciaram mais um homem por participação em grupo terrorista, avança a agência belga de notícias.
O suspeito chama-se A. Abderrahmane, sendo que foi detido 24 horas depois dos ataques durante o raide ao distrito de Schaerbeek, em Bruxelas.
Também este domingo, a polícia efectuou 13 rusgas em vários locais de Bruxelas. Em comunicado o procurador afirmou que já foram interrogadas nove pessoas, sendo que cinco já foram libertados.