31 mar, 2016 - 23:31
A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, acusa todos os seus antecessores de também terem feito "pedaladas fiscais", crimes que estão na base do processo de destituição que enfrenta.
"O meu 'impeachment' [destituição] baseado nisso ['pedaladas fiscais'] significaria que todos os governos anteriores ao meu teriam de ter sofrido 'impeachment' porque todos eles, sem excepção, praticaram actos iguais aos que eu pratiquei. E sempre com respaldo legal", afirmou.
As "pedaladas fiscais" são actos ilegais resultantes da autorização de adiantamentos de verbas de bancos para os cofres do Governo para melhorar o resultado das contas públicas.
Dilma Rousseff, que falava numa cerimónia em Brasília com artistas contra o processo de destituição, argumentou que as "pedaladas" foram necessárias para dar continuidade ao pagamento de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
"Temos de lutar para superar esse momento. Temos de lutar para poder voltar a crescer e criar na nossa sociedade um clima de união. Não adianta alguns falarem 'vamos unir o país'. Não se une o país dessa forma. Não se une o país destilando ódio, rancor, raiva e perseguição. Não se pode fazer isso", sublinhou, sem referir nomes.
O vice-presidente da República, Michel Temer, tem defendido que a situação política é "grave" e que é necessário alguém "unificar o país".
Michel Temer, também presidente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), formação política que decidiu abandonar a coligação governamental na terça-feira, poderá assumir o cargo de Presidente se Dilma Rousseff for destituída do cargo.