09 abr, 2016 - 23:34 • José Alberto Lemos, em Nova Iorque
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O senador do Vermont, Bernie Sanders, venceu no sábado o caucus do Wyoming, batendo Hillary Clinton por 12 pontos percentuais. É a sétima vitória de Sanders nas últimas oito disputas eleitorais nas eleições primárias dos Estados Unidos.
Com pouco peso eleitoral, o Wyoming foi um estado claramente desvalorizado na campanha, dado que só elege 14 delegados à convenção do Partido Democrático que escolherá o candidato à Casa Branca, o que significa que a liderança de Clinton, com mais de 200 delegados, se mantém intocada antes da votação crucial nas primárias de Nova Iorque, a 19 de Abril.
Mas sobretudo porque surge na corrida menos de duas semanas antes das primárias de Nova Iorque, onde já se concentram todas as atenções.
Hillary Clinton nem sequer fez campanha no estado, embora o marido, o ex-Presidente Bill Clinton, tenha feito por ela.
No Wyoming, Sanders tinha à partida dois factores a seu favor e um contra. O primeiro é que não se tratava de uma votação em urna fechada, mas sim de uma assembleia eleitoral (caucus) onde o senador tem obtido melhores resultados. O segundo é que o Wyoming é um estado constituído sobretudo por população branca e rural, uma composição social que o tem favorecido. O factor desfavorável é que este caucus era fechado, ou seja, os independentes não podiam votar e estes têm-se inclinado para Sanders.
O senador conquistou 56% dos votos contra 44% de Hillary Clinton, mas como a distribuição dos delegados é proporcional o senador deve arrecadar apenas mais dois do que a sua rival, o que nada altera na matemática eleitoral.
No entanto, esta é mais uma vitória que reforça uma candidatura posicionada bastante à esquerda e para a qual ninguém vaticinou tanta resistência. Sanders continua a dizer que a dinâmica (o momentum) de vitória está do seu lado e que pode ainda bater Clinton.
Hillary desfruta neste momento de uma vantagem de cerca de 250 delegados, sem contar os chamados super-delegados, que a aumenta para cerca de 700. No próximo dia 19, nas primárias de Nova Iorque estarão em jogo 247 delegados e as apostas são altas.
As sondagens dão vantagem a Clinton, oscilando entre 10 e 13 pontos, mas Sanders tem vindo a diminuir a diferença entre os dois e não é de excluir um resultado equilibrado.
O senador do Vermont é um nativo de Nova Iorque, enquanto Hillary representou o estado no Senado durante oito anos. Por isso, ambos se anunciam como nova-iorquinos aos eleitores de um estado liberal onde o Partido Democrático tem sido sempre hegemónico.
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