11 abr, 2016 - 11:26
Os primeiros-ministros da Grécia e de Portugal assinaram uma declaração conjunta em que prometem cooperar, sobretudo na resposta à crise migratória, e criticam as consequências das políticas de austeridade na União Europeia.
O documento foi distribuído aos jornalistas após o encontro entre Alexis Tsipras e António Costa, que antes também esteve reunido com o chefe de Estado grego, Prokopis Pavlopoulos, no primeiro ponto do seu programa de visita oficial à Grécia.
No documento,Tsipras e Costa consideram que as políticas de austeridade adoptadas nos últimos anos contribuíram para "deprimir as economias e dividir as sociedades" nos Estados-membros da União Europeia onde foram aplicadas.
Os dois chefes de Governo sustentam ainda que a austeridade gerou "altos níveis de desemprego" e de "pobreza".
"Com o crescimento da desigualdade social e da pobreza, os nossos países e a Europa enfrentam um longo período de estagnação económica", lê-se no documento.
Em relação ao fenómeno dos refugiados, Tsipras e Costa salientam na declaração conjunta que a Europa enfrenta um "enorme desafio" desde o ano passado, importando combater as "causas" deste fenómeno.
"Neste contexto, Grécia e Portugal vão cooperar para fazer com que a União Europeia dê os passos necessários para a efectivação de uma política migratória efectiva nas suas fronteiras externas", refere-se na declaração conjunta.
Além de reuniões de carácter institucional, António Costa visita depois ao início da tarde o campo de refugiados de Eleonas.
A visita a este campo foi sugerida pelas autoridades gregas, tendo como razões principais questões de segurança e a proximidade face ao centro de Atenas. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o campo de Eleonas, a cinco quilómetros do centro de Atenas, criado pelo actual executivo grego, é considerado um dos melhores do país.