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Brasil. Lula compara crise política ao nascimento do fascismo e nazismo

12 abr, 2016 - 10:31

Num encontro com artistas e intelectuais no Rio de Janeiro, na segunda-feira à noite, Lula da Silva mostrou preocupação com a rejeição à classe política brasileira.

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O ex-Presidente do Brasil Lula da Silva comparou a crise política no país ao surgimento do fascismo e do nazismo e disse que não ficou surpreendido com a aprovação do pedido de “impeachment” (impugnação) da Presidente Dilma Rousseff.

Num encontro com artistas e intelectuais no Rio de Janeiro, na segunda-feira à noite, Lula da Silva mostrou preocupação com a rejeição à classe política no Brasil, que marcou os protestos a favor do “impeachment”.

"Em São Paulo, não deixaram o [Geraldo] Alckmin e o Aécio [Neves] falarem, porque quem fala por eles [organizadores dos protesto] é o democrata [Jair] Bolsonaro. Foi assim que nasceu o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália", comparou, citado pela imprensa brasileira.

Lula da Silva sublinhou que está pronto para defender a democracia do país até ao fim, em palavras dirigidas aos que querem "dar um golpe na companheira Dilma".

"Quando saímos para a rua a defender o mandato da Dilma, é importante ter a clareza de que não estamos defendendo apenas o direito de uma mulher a ser Presidente da República. Estamos a defender a honra das mulheres brasileiras, que sempre foram tratadas como objecto de cama e mesa neste país", referiu.

O ex-chefe de Estado minimizou a aprovação do processo de impugnação de Dilma Rousseff esta segunda-feira na comissão especial da Câmara dos Deputados criada para o efeito, com 38 votos a favor e 27 contra.

"Isso não quer dizer nada. Então, o que nós temos de ter clareza é domingo no plenário. E nós sabemos que temos de conversar com os deputados", disse.

O pedido de destituição segue agora para o plenário da Câmara dos Deputados e, se for aprovado, será depois votado no Senado.

Lula da Silva referiu também que a sua sucessora "aprendeu uma lição" ao propor um ajuste fiscal no ano passado. "[Dilma] Fez uma proposta de ajuste que nenhum companheiro gostou, porque foi para atender o mercado. O mercado dela não é o banqueiro, é o povo consumidor, é o trabalhador, o cara que vai comprar carne. É o cara que vai no supermercado", afirmou.

Na segunda-feira à noite, artistas e intelectuais lançaram um manifesto em que falam num "golpe em andamento" contra o Governo.

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