12 abr, 2016 - 09:22
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Agentes secretos de vários países recorreram ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, envolvido no escândalo dos "Panama Papers", com o objectivo de "dissimular" as suas actividades, revela o jornal alemão “Süddeutsche Zeitung”.
"Há agentes secretos os e informadores destes que utilizaram em larga medida os serviços oferecidos pelo escritório". Segundo o jornal de Munique, "alguns agentes abriram empresas de fachada para dissimular as suas acções e entre eles figuram intermediários próximos da CIA", a central de Inteligência norte-americana.
Entre os clientes da Mossack Fonseca estão ainda "alguns artífices" das vendas secretas de armas ao Irão nos anos 80, no caso Irão-Contras. Este foi na altura um escândalo motivado pela venda secreta de armas americanas a Teerão em troca da libertação de reféns americanos no Líbano e da ajuda financeira aos "contras" nicaraguenses que combatiam os sandinistas na Nicarágua.
Os "Panama Papers" também mostram que "responsáveis de alta patente, actuais e antigos, dos serviços secretos de pelo menos três países - Arábia Saudita, Colômbia e Ruanda - figuram entre os clientes" do escritório panamenho, revela o jornal.
Entre eles está o xeque Kamal Adham, ex-responsável dos serviços secretos sauditas que morreu em 1999, e que "nos anos setenta foi um dos principais interlocutores da CIA" no Médio Oriente, destaca o jornal.
O “Süddeutsche Zeitung”, o segundo jornal mais vendido na Alemanha, foi o ponto de partida para a revelação dos “Panama Papers”. Recebeu de um informador mais de 11 milhões de documentos procedentes do escritório Mossack Fonseca, que colocam em evidência os segredos financeiros de ricos e poderosos de todo o mundo.
O jornal liberal compartilhou esta informação com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), que reúne vários meios de comunicação internacionais.