Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Amnistia: Europa é responsável pelos 46 mil refugiados bloqueados na Grécia

18 abr, 2016 - 07:19

"Dormimos no chão; os nossos cobertores estão ensopados com água. Aqui não há casas de banho. É por isso que as pessoas estão a ficar doentes", descreve uma mulher síria. Organização alerta para "calamidade humanitária".

A+ / A-

A Amnistia Internacional (AI) alerta para a situação dos mais de 46 mil refugiados e migrantes que permanecem na Grécia em condições muito precárias, considerando que a situação pode agravar-se na sequência do recente acordo UE-Turquia.

O relatório "Bloqueados na Grécia: uma crise de refugiados evitável" examina a situação de refugiados e migrantes, na maioria mulheres e crianças, que permanecem bloqueados na sequência do total encerramento da fronteira macedónia em 7 de Março.

"A decisão de fechar a rota dos Balcãs ocidentais deixou mais de 46.000 refugiados e migrantes em condições horrendas e num estado de permanente medo e incerteza", refere John Dalhuisen, director da AI para a Europa e Ásia central, citado no relatório.

O dirigente da AI adianta que "os países da União Europeia [UE] apenas exacerbaram esta crise por não terem actuado de forma decisiva na ajuda à recolocação de dezenas de milhares de requerentes de asilo, na maioria mulheres e crianças, bloqueados na Grécia".

"Caso os líderes da UE não actuem urgentemente para cumprir as suas promessas de recolocação e de melhoria das condições para os refugiados e migrantes bloqueados, enfrentam uma calamidade humanitária por si provocada", refere o documento.

Dos 66.400 requerentes de asilo que desde a Grécia deveriam ser recolocados em outros países a partir de 15 de Setembro, apenas 615 foram transferidos para outros Estados-membros da UE, de acordo com uma informação da Comissão Europeia em 12 de Abril.

O relatório aponta que as condições são inadequadas em muitos dos 31 centros de acolhimento temporários. Estes locais, instalados pela Grécia com significativa ajuda da UE, encontram-se superlotados, com total ausência de privacidade, sem aquecimento e insuficientes instalações sanitárias.

"Aqui as condições não são boas e dormimos no chão; os nossos cobertores estão ensopados com água. Aqui não há casas de banho. É por isso que as pessoas estão a ficar doentes", referiu à AI uma mulher síria grávida de nove meses num campo improvisado em Idomeni, junto à fronteira macedónia.

Há crianças detidas em esquadras

Muitos dos refugiados e migrantes entrevistados durante duas deslocações da AI, entre 8 de Fevereiro e 13 de Março, esperavam prosseguir a sua viagem em direcção à Europa ocidental para se juntarem a familiares. Após o encerramento da fonteira macedónia, a larga maioria apenas possuía informações limitadas sobre as suas opções.

Para além da ausência de informações sobre os seus direitos na Grécia, permanecem sem ajuda os refugiados e migrantes com vulnerabilidades específicas. A AI também contactou crianças não acompanhadas detidas em esquadras de polícia durante 15 dias, até serem transferidas para centros de acolhimento específicos.

A ONG de direitos humanos apela à Grécia para melhorar urgentemente o sistema de asilo do país e assegurar a protecção efectiva para todos os migrantes e refugiados bloqueados no país. Com prioridade, o relatório sugere a adopção de um mecanismo para o fornecimento sistemático de informações, e a detecção das pessoas com necessidades especiais.

O relatório assinala ainda que os restantes 27 Estados-membros da UE devem continuar a apoiar a Grécia para um acolhimento adequado aos requerentes de asilo que chegam a este país, para além de também deverem aceitar os requerimentos destas pessoas que de início alcançam território grego.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Oh Manuela
    18 abr, 2016 pense antes de falar 11:56
    Oh Manuela Antunes, mas quem é que tá com força de produzir guerra? São os europeus ou são os islâmicos??? aproveita para dizer isto mas vai aos bairros de França e Belgica dizer isto aos islâmicos que querem impor a sua religião e costumes, àquelas que usam a burka, àqueles de origem dos países muçulmanos que nascem na europa, mas apesar disto ainda são capazes de meter bombas em combóis, aeroportos, campos de futebol e salas de espetáculo, para matarem o maior número possível. Ninguém está aqui para provocar e fazer guerra, quem faz as guerras em nome da religião e costumes são estes povos, que têm muitos a fugir em vez de lutar pela sua pátria, falando dos que são jovens e de boa saúde. Não te iludas muito com os muçulmanos, é porque eles para além de serem mentirosos, violadores de crianças, maltratarem as mulheres, serem os donos da sua religião, disfarçam muito bem de bons. Oh já agora fez-me lembrar aquele que matou um seu patriota porque desejou uma feliz páscoa. É preciso não ter mesmo senso nenhum para se dizer que as pessoas estão aqui a provocar. É isto aí, em vez de fugirem, estes que são jovens e de boa saúde, que vaiem lutar pela sua pátria. Ninguém tem culpa das guerras que eles fazem porcausa das religiões. Esta gente parou nos sec. passados e nunca mais evoluem. Quando aparecem reportagens vê-se muitas meninas com lenço na cabeça. E quando são mulheres usam a burka e mesquitas para rezarem de cu para o ar, fazerem lavagem cerebral e criar terroristas...
  • Orabem!
    18 abr, 2016 é isto aí 10:44
    Oh Zé , agora é que disseste bem. O bom é eles virem todos para a europa, para rezarem de cu para o ar, para elas andarem de burka e de lenço, como se vê muitas meninas. E mais, depois ainda ão de querer impor o islão e todos devem-lhes respeitar. Proibir a carne de porco e tapar as estátuas dos nus. E mais, eles vêm todos para a europa e os que não têm trabalho e são europeus de origem é que vão lutar no lugar deles. E esta, ein?! Queria ver se fosse ao contrário, se eles aceitavam os europeus, os seus costumes e religiões.
  • manuela antunes
    18 abr, 2016 beira baixa 10:18
    É o que os provocadores desta situação miserável querem e gostam de ler e ouvir, são comentários como alguns feitos aqui. É isto que lhes dá a força de continuarem a produzir "guerra".
  • desatina carreira
    18 abr, 2016 queluz 09:25
    agora para se juntar a festa so falta comentar a ana gomes
  • Paulo
    18 abr, 2016 Olhão 09:24
    Parece que o convite de António Costa de acolher, salvo erro, 2500 não surtiu efeito. Eles SÓ querem ir para a Alemanha ou a Escandinávia onde sabem que as prestações sociais são generosas. Como diriam os franceses - "ils font la fine bouche". (difíceis de contentar). Clamam apenas querer " um lugar seguro" mas, pelo visto, não um lugar seguro qualquer. Chamem-lhes parvos! Acredito ainda que se colocam voluntariamente nas piores condições possíveis para comover ( manipular as consciências?). Vi um vídeo onde recusavam um centro de abrigo nos Alpes suíços com o argumento de que ficava longe de tudo e não havia nada para fazer. Num outro queixavam-se da lentidão da internet, noutro ainda porque estavam alojados em quartos com beliches. Muitas destas pessoas, vieram com ideias delirantes do que seria a Europa, julgavam que chegavam cá e teriam logo apartamentos.
  • Paulo
    18 abr, 2016 Foz 09:21
    - Todas as mesquitas na Europa estão fechados até novo aviso. - Todos os muçulmanos sem cidadania europeia são deslocados imediatamente, aderindo a navios e deportando o outro lado do Mediterrâneo. - Nas fronteiras da Europa coloca-se um muro igual que colocou Israel na fronteira com o Hamas.
  • António Costa
    18 abr, 2016 Cacém 09:18
    A Amnistia Internacional devia ser mais responsável. Sugerir por exemplo que o dinheiro gasto no apoio aos radicais sunitas que entram sem cessar na Síria, em colunas de viaturas militares vindas da Turquia fosse gasto no apoio aos refugiados. Se a agressão ao povo sírio terminar, estes poderão regressar e viver em paz no regime dos Assad, como viveram os seus pais e avós. Antes da agressão militar proveniente da Turquia ter começado.
  • 18 abr, 2016 LISBOA 09:16
    A AMNISTIA INTERNACIONAL ESTÁ A BARALHAR AS QUESTÃO A EUROPA????.... PELO PETROLEO OS E.U. E ALGUNS (MAIS UMA VEZ ALGUNS)PAÍSES DA EUROPA FINANCIARAM E TREINARAM GRUPOS CHAMADOS "" OPOSITORES AO REGIME"" A GUERRA REBENTOU!! DEVERIAM SER ESSES PAÍSES A RESPONSABILIZAREM-SE PELA CRISE QUE CRIARAM!! DEPOIS HOMENS SAUDÁVEIS DEVERIAM ESTAR A DEFENDER AS SUAS PÁTRIAS EM VEZ DE VIREM À CAÇA DE SUBSÍDIOS!!!! MAS...ISTO TEM OUTRO FIM!!! DESTRUIÇÃO DA EUROPA COM INTRODUÇÃO DE OUTRAS CULTURAS!! TUDO RUMO À GLOBALIZAÇÃO E ENTRAGA DAS SOBERANIAS À GRANDE FINANÇA (MERCADOS/INVESTIDORES)
  • fuga
    18 abr, 2016 Porto 09:08
    1. Todos os "refugiados" (de facto imigrantes ilegais e terroristas) enviar fora de Europa já! 2. Introduzir a lei que proíbe os filhos nascidos em Europa ter automaticamente a nacionalidade europeia. 3. `"Refugiados" que querem ficar cá (apenas permite-se ficar temporariamente) são obrigados a trabalhar grátis para a nossa sociedade. 4. Proíbe se construção de mesquitas.
  • 18 abr, 2016 lisboa 09:02
    ESSES APATRIDAS DEVERIAM ESTAR A LUTAR PELOS SEUS PAÍSES!!!! TRAIDORES!!!NÃO INTERESSAM A NINGUÉM!!!! PREFEREM CAÇAR SUBSÍDIOS À CONTA DOS NOSSOS IMPOSTOS PARA ESTAREM A REZAR DE CÚ PARA O AR O DIA INTEIRO!!!

Destaques V+