10 mai, 2016 - 09:40
Um novo plano das Nações Unidas para combater a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial pretende reinstalar anualmente, pelo menos, 10% das pessoas, pressionando mais os países para acolherem quem foge a guerras e catástrofes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, delineou a proposta de um novo "pacto global sobre partilha de responsabilidade" para enfrentar a crise dos 60 milhões de refugiados e deslocados em todo o mundo.
As Nações Unidas esperam que o novo acordo alivie o fardo de alguns países em desenvolvimento com a crise dos refugiados, que tem sido alimentada por cinco anos de guerra na Síria e outros conflitos.
A proposta apela para a reinstalação anual de pelo menos 10% de uma população total de refugiados de 19,6 milhões, nos termos de uma fórmula que seria negociada na ONU.
"Com uma partilha de responsabilidade equitativa, não haveria crise nos países anfitriões", disse Ban Ki-moon.
"Podemos ajudar e sabemos o que temos de fazer", mas demasiadas vezes o medo, a ignorância e a xenofobia atrapalham, acrescentou.
O plano da ONU foi apresentado numa altura em que a União Europeia (UE) se afunda em disputas sobre como lidar com a sua crise dos refugiados.
Um acordo da UE com a Turquia, que concordou aceitar de volta migrantes em troca de uma série de concessões, tem-se deparado com obstáculos e o bloco europeu tem estado a discutir como há-de partilhar a responsabilidade das reinstalações.
Mais de 184.000 migrantes chegaram à Europa por mar já este ano, mais cerca de 49.000 que no mesmo quadrimestre do ano passado, o que significa que a crise dos refugiados não dá sinais de abrandar.
Espera-se que o acordo de partilha global dos refugiados seja adoptado na cimeira da ONU agendada para 19 de Setembro, a que se seguirá, no dia 20, uma conferência dos Estados Unidos de doadores.
O Presidente Barack Obama será o anfitrião dessa conferência realizada à margem da reunião da Assembleia Geral da ONU, em que pedirá aos países que digam qual o número de refugiados que estão dispostos a receber, e que outro tipo de apoio podem oferecer.