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Brasil. Encontrada escuta no gabinete de juiz responsável por “impeachment”

18 mai, 2016 - 08:58

"Se tinha alguém escutando o meu gabinete, terá verificado que a gente trabalha muito e com bom humor", disse o magistrado.

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Foi descoberto um dispositivo de escuta telefónica no gabinete do juiz responsável pelo caso Mensalão e processo de “impeachment” (impugnação) da Presidente Dilma Rousseff, temporariamente suspensa.

A informação foi confirmada à agência Lusa pela assessoria do Supremo Tribunal Federal brasileiro, que não soube dizer, no entanto, se haverá uma investigação, uma vez que se trata de uma matéria da competência dos serviços de segurança.

O aparelho foi encontrado durante uma limpeza de rotina feita por funcionários da instituição numa caixa de tomadas eléctricas embutida no chão mesmo abaixo da mesa do juiz Luís Roberto Barroso.

O aparelho encontrava-se desligado, não se sabendo ainda se chegou a ser activado.

"Se tinha alguém escutando o meu gabinete, terá verificado que a gente trabalha muito e com bom humor", disse o magistrado ao jornal “Folha de São Paulo”.

Apesar de se mostrar tranquilo, o juiz frisou que a situação o preocupa no campo institucional.

Luís Roberto Barroso foi relator do acórdão do processo de “impeachment”, o texto com o resultado do julgamento que fixou os trâmites do pedido de afastamento de Dilma Rousseff.

A Presidente brasileira tem o mandato suspenso por 180 dias. A abertura do processo de "impeachment" foi aprovada no Senado por 55 votos a favor e 22 contra numa sessão que durou mais 20 horas e terminou por volta das 6h40 desta quinta. Antes da decisão, Dilma foi intimada da decisão que a afasta do cargo por até 180 dias. Se julgada pelo Senado culpada por crime de responsabilidade, será afastada em definitivo e o vice-presidente Michel Temer, que assume desde já, concluirá o mandato até 2018.

O magistrado é também o relator da execução das penas dos condenados no processo Mensalão, referente ao escândalo de compra de votos de parlamentares do Congresso.

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  • Manuel
    18 mai, 2016 Tomar 11:02
    Isto era mais do que previsível, aliás só surpreende por ter demorado tanto tempo a surgir, pois por cá tivemos uma escuta no gabinete do ex-PGR e no Brasil ainda não havia acontecimento idêntico ou ainda maior, foi agora porque tinha de ser. Porque a cria está sem dúvida a ultrapassar o criador, não tardará a serem presos e enviados para a cela 88 de um qualquer presídio, dois ex-ministros e dois presidentes da República um ex e outro suspenso de funções.

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