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Guterres quer fazer valer o seu ponto de vista na ONU, mas aguarda “serenamente”

22 mai, 2016 - 14:49

António Guterres diz ter noção que há muita gente que considera que o cargo de secretário-geral da ONU não deve ser desempenhado por um homem da Europa Ocidental.

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O candidato a secretário-geral das Nações Unidas (ONU) António Guterres afirmou este domingo que a situação é “complexa”, mas que pretende fazer valer os seus pontos de vista, aguardando "serenamente" a decisão dos Estados-membros.

“Estou muito tranquilo, fazendo naturalmente o possível para fazer valer os meus pontos de vista, mas aguardando serenamente as decisões da comunidade internacional”, disse o ex-alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que falava aos jornalistas após ter recebido o título de doutor “honoris causa” pela Universidade de Coimbra.

Até agora, Guterres tem tido “expressões de grande simpatia e encorajamento”, como não teve ainda “nenhuma reacção negativa” à sua candidatura à liderança da ONU, notou.

No entanto, “há muitas diferenças de opinião em várias zonas do mundo, sobre se devemos ter um secretário-geral homem ou mulher, se deve ou não ser da Europa de Leste”, explanou.

“Tenho consciência de que muitos pensam que eventualmente não é a altura de ter um homem da Europa ocidental”, constatou.

Face às muitas questões “que estão em cima da mesa, compete aos Estados-membros fazer uma hierarquia dos vários critérios, tendo também em conta a competência e experiência dos vários candidatos”, salientou.

Segundo o também ex-primeiro-ministro, a grande obrigação de procurar “fazer render” as oportunidades que recebeu ao longo da vida ao serviço “de quem mais precisa” é aquilo que motiva Guterres a ser candidato a secretário-geral da ONU.

O ex-alto-comissário recebeu este domingo em Coimbra o título de doutor “honoris causa”.

A cerimónia contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, que incorporou o cortejo enquanto professora da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).

Os também docentes da FEUC José Reis e José Manuel Pureza proferiram os discursos de elogio do candidato ao título e da sua apresentante, a fundadora do Conselho Português para os Refugiados, Teresa Tito de Morais, respectivamente.

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