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Guterres acompanha Costa à Cimeira Humanitária Mundial

23 mai, 2016 - 07:03 • Susana Madureira Martins

À margem da reunião organizada pelas Nações Unidas para debater a crise dos refugiados, o primeiro-ministro português vai promover candidatura do antigo alto comissariado para os refugiados ao cargo de secretário-geral da ONU.

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António Guterres está esta segunda-feira na Turquia. Integra a delegação portuguesa e acompanha o primeiro-ministro português na deslocação à Cimeira Humanitária Mundial.

Trata-se de uma reunião ao mais alto nível, organizada pela ONU, e que deverá servir para debater a crise dos refugiados. Nela participam dezenas de chefes de Estado e de Governo, bem como várias organizações não-governamentais.

No discurso que irá proferir na reunião plenária, António Costa deverá sublinhar a posição portuguesa sobre a crise das migrações e reafirmar a disponibilidade para acolher mais de 10 mil refugiados, garantindo não só esse acolhimento, como a integração desses migrantes que fogem de diversos conflitos mundiais, concedendo-lhes trabalho e educação.

O primeiro-ministro irá ainda participar numa das sete mesas redondas da cimeira. O tema do debate em que Costa estará presente é “Não deixar ninguém para trás – um compromisso para resolver as deslocações forçadas”.

À margem do encontro de alto nível, o primeiro-ministro irá aproveitar para manter contactos bilaterais e diplomáticos, de modo a promover a candidatura do ex-alto comissário para os refugiados ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas.

Guterres, os refugiados e a educação. “Algo absolutamente essencial”

António Guterres marca presença numa cimeira sobre um tema que o próprio já classificou como uma verdadeira tragédia humanitária: a crise dos refugiados.

Numa das mais recentes conferências em que participou para falar sobre o assunto, a convite do PS, o antigo alto comissário das Nações Unidas para os refugiados disse que o mundo está perante uma tragédia, em que não há razões para optimismo nos tempos mais próximos, e falou de um tema em específico: a educação.

“Em relação às populações refugiadas no mundo, apenas dois terços têm acesso à educação básica, em muitas circunstâncias em condições de muito má qualidade. Só um terço tem acesso a educação secundária, uma vez mais com problemas de qualidade sérios e apenas 1% tem acesso ao ensino superior”, descreveu.

O candidato a secretário-geral da ONU lamentou depois que a própria Cimeira Humanitária Mundial, que se aproximava, não abordasse directamente o assunto.

“Pelo menos, nos documentos preparatórios não há referência a esse aspecto, que é extremamente importante. A compreensão de que o investimento em educação é algo absolutamente essencial neste contexto – que muitas vezes é esquecida, porque numa emergência as pessoas tendem a pensar que o que é preciso alimentar as pessoas, resolver os problemas de saúde mais elementares, dar-lhes abrigo e depois se verá. O problema é que o ‘depois de verá’ pode levar anos e anos e anos e depois, quando se for ver, é demasiado tarde”, defendeu.

A cimeira decorre até terça-feira, em Istambul.

Comentários
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  • vergonhoso
    23 mai, 2016 Santarém 22:08
    Pelos vistos serve isto pela parte portuguesa sobretudo para fazer campanha por Guterres, bonito trabalho! Entretanto por cá o senhor presidente da câmara de Lisboa vai expropriar habitações para a construção de mais uma mesquita na capital e que possivelmente será paga por nós tendo em conta o empenhamento do autarca lisboeta, com alguns ataques à religião católica única que faz parte da nossa cultura e promoção ao islamismo estamos no caminho certo para cair-mos num abismo idêntico ao francês e outros europeus.
  • 23 mai, 2016 lisboa 08:25
    de tão humanos que são espero que resolvam a situação de crianças portuguesas com fome, espero que resolvam o problema de dois milhões de portugueses à beira da miséria extrema, etc. É que esta politicada só tem olhos para os outros!!!!
  • Pedro pereira
    23 mai, 2016 Porto 08:24
    Não entendo e gostava que me explicassem qual a razão porque não se usa a pressão e até a guerra para acabar com as guerras e Não entendo e gostava que me explicassem qual a razão porque não se acaba com as lutas nos países origem dos refugiados, mesmo recorrendo ah guerra! Cada um tem de tomar conta da sua casa contando com a solidariedade de outro. Esta história dos refugiados não anda a ser bem contada!!!!!!!!!!!!

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