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Ban Ki-moon

"Há mais pessoas forçadas a fugir do que em qualquer outra altura desde a II Guerra Mundial"

23 mai, 2016 - 11:06

Secretário-geral das Nações Unidas discursou na abertura da Cimeira Humanitária Mundial, em Istambul. António Costa representa Portugal.

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Cimeira Humanitária Mundial. O apelo de Ban Ki-Moon
Cimeira Humanitária Mundial. O apelo de Ban Ki-Moon

O secretário-geral das Nações Unidas apelou a um futuro digno à Humanidade. O desafio foi lançado esta segunda-feira de manhã no arranque da Cimeira Humanitária Mundial, que junta em Istambul, até terça-feira, mais de 50 líderes internacionais.

Ban Ki-moon já tinha lançado a ideia há quatro anos e diz que urgência na ajuda aumentou durante esse período.

“Hoje a urgência cresceu. Um número recorde de pessoas - 130 milhões - precisa de ajuda para sobreviver. Há mais pessoas forçadas a fugir do que em qualquer outra altura desde a II Guerra Mundial. Todos os anos as necessidades aumentam e o financiamento cai”, apontou.

O secretário-geral considerou ainda que o momento pode ser o ideal “aqui para moldar um futuro diferente”.

“Hoje declaramos: somos uma Humanidade, com responsabilidades partilhadas. Por isso, senhoras e senhores, vamos decidir, nós mesmos, aqui e agora, não apenas para manter as pessoas vivas mas também para manter uma hipótese de uma vida integra”, apelou.

Ban Ki-moon pediu ainda que desta cimeira de Istambul saia um compromisso assente em cinco ideias: apostar na prevenção de conflitos, mais protecção de civis, não deixar ninguém para trás, mais apoio à ajuda humanitária que promova o desenvolvimento e investir na Humanidade para construir sociedades mais inclusivas.

Portugal está representado nesta cimeira pelo primeiro-ministro, António Costa.

O Governo português vai aproveitar a ocasião para reafirmar que está disponível para receber milhares de refugiados e também para fazer campanha por António Guterres, que também está em Istambul.

O primeiro-ministro português tem marcado na agenda reuniões bilaterais com o Presidente ucraniano e com o chefe da diplomacia neozelandesa, para sensibilizá-los para os objectivos da candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas.

Turquia pede partilha de responsabilidades

O Presidente turco já usou da palavra na cimeira. Recep Tayyip Erdogan apelou à comunidade internacional para uma maior partilha da responsabilidade na ajuda humanitária, considerando que o actual modelo é insuficiente.

No discurso feito na sessão de abertura, Erdogan lembrou que apenas alguns países "estão a suportar esse fardo".

Cimeira Humanitária Mundial. Turquia promete nunca fechar as portas aos refugiados
Cimeira Humanitária Mundial. Turquia promete nunca fechar as portas aos refugiados

"O actual sistema é insuficiente. O fardo é suportado apenas por alguns países e todos deveriam assumir essa responsabilidade a partir de agora", sublinhou o chefe de Estado turco na intervenção.

Mais de 50 líderes mundiais dos quatro continentes e 5 mil intervenientes estão presentes na cimeira, como a chanceler alemã Angela Merkel, que deverá manter um primeiro contacto com o novo primeiro-ministro turco, Binali Yildirim.

O principal programa da cimeira inclui sete mesas-redondas temáticas, com a previsível participação de responsáveis mundiais, baseadas num relatório do secretário-geral da ONU sobre o actual "estado do mundo", enquanto numa sessão plenária vão ser apresentadas as linhas de acção e os compromissos concretos comuns com o objectivo de garantir a Agenda para a Humanidade 2030, e outros objectivos delineados.

Comentários
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  • Pinto
    23 mai, 2016 Custoias 23:24
    Não sei se é assim, acho que é uma nova forma de imigração, aproveitam conflitos e guerras para imigrarem, é uma formula esperta de aproveitamento dos sistemas de países acolhedores de refugiados.
  • André
    23 mai, 2016 Lisboa 22:52
    Na verdade, não é não. O problema era que até 2006, as fronteiras africanas bloqueavam quase 90% da emigração ilegal. E os poucos milhares que se atreviam a tentar atravessar o mediterrâneo, eram recolhidos e devolvidos aos países de onde tinham partido. A partir de 2006 e com os conflitos a progredirem no norte de África, muitos países europeus passaram a ser patós a aceitar imigração ilegal. Os números estão a crescer desde aí... até que explodiram em Maio de 2015... graças á política de "portas abertas" da Alemanha.
  • Joca
    23 mai, 2016 Terra 19:28
    Ai sim? E do modo como as coisas estão, o melhor é os europeus começarem a fugir daqui...

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