Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Bruno Bobone: “Se o Brexit for para a frente, destrói-se a Europa”

21 jun, 2016 - 14:31

Em declarações à Renascença, presidente da Câmara de Comércio e Indústria sugere que a diplomacia portuguesa comece já a trabalhar num acordo comercial com a Commonwealth.

A+ / A-

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria defende que Portugal precisa de um plano B para a eventualidade de um Brexit. Em declarações à Renascença, a dois dias do referendo no Reino Unido, Bruno Bobone considera que a eventual saída da União Europeia poderá ser o primeiro passo da destruição do projecto europeu tal como o conhecemos.

“Se houver um Brexit, dificilmente a Europa se manterá a funcionar como tem vindo a ser até aqui. A probabilidade de que haja outras saídas torna-se muito presente. Se isso for para a frente, destrói-se a Europa. Se se destruir a Europa, Portugal deve estar preparado para fazer um acordo muito forte com o Reino Unido, porque foi sempre o nosso apoio em termos internacionais.”

Bruno Bobone sugere que a diplomacia portuguesa trabalhe desde já num acordo comercial com a Commonwealth, o conjunto das ex-colónias do império britânico. “Portugal tem um interesse estratégico para o Reino Unido que é a sua entrada na Europa continental e tínhamos de aproveitar isso para beneficiarmos dessa relação. Se for por esse caminho, eventualmente conseguir uma entrada no Commonwealth, onde teríamos em vez de uma associação europeia, uma associação mundial.”

Falando sobre eventuais consequências económicas para Portugal, Bruno Bobone diz não acreditar nas estimativas do FMI que antecipa perdas entre os 0,2 e os 0,5% caso se concretize o cenário de um Brexit.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria prefere ser pragmático e diz que, mais importante do que avaliar impactos, é arranjar alternativas.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • CAMINHANTE
    21 jun, 2016 LISBOA 19:29
    Durante a força prevalecente do Governo anterior, muito antes das eleições que o finaram, contra o domínio e prepotência dos verdadeiros "chefes" desta pseudo União Europeia, defendi, por várias vezes, uma aproximação aos Britânicos, nossos aliados há séculos, embora com algumas posturas que não nos foram favoráveis. Por consequência só posso concordar com esta visão de Bruno Bobone. Ao menos já é alguém com alguma visibilidade a defender o óbvio. (RE ) Aproximar-mo-nos dos Britânicos, estabelecer quanto antes acordos e pactos político-económicos só nos será benéfico e favorável. E fortalecer os laços com os Britânicos é, obviamente, cooperar com a Commonwealth. Este posicionamento garantirá uma melhor via para se enfrentar a eventual queda da actual dita União Europeia.
  • Luis
    21 jun, 2016 Lisboa 16:47
    Na vida todos os projectos que falham criam a oportunidade a novos projectos. O projecto Europeu é um projecto falhado. A "Europa" de hoje nada tem a haver com a "Europa" idealizada pelos seus fundadores. Muitos, senão a maioria dos comentadores têm reconhecido esta triste realidade o que não surpreende. O que verdadeiramente surpreende é que agora digam que com a saída do RU acaba a "Europa" a tal do tal projecto falhado. Mas afinal, em que é que ficamos? Uma coisa é contraditoria com a outra. O que é que está por detrás desta contradição generalizada? Ninguém, em principio, gosta de apostar em cavalos coxos e para além disso o segredo está em saltar do electrico com ele em andamento pois com ele parado todos sabem saltar. Pelos vistos os nossos escribas/comentadores são de ondas.
  • Britânicus
    21 jun, 2016 London 16:19
    Tomara que esta UE rica, invejosa, e nada solidária, fosse de vela!

Destaques V+