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Guterres defendeu na ONU que mundo precisa de liderança e valores

13 jul, 2016 - 00:37

O antigo alto comissário para os refugiados prometeu que se for eleito irá existir paridade entre géneros nas nomeações da organização.

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António Guterres defendeu esta terça-feira na ONU, em Nova Iorque, durante o primeiro debate entre candidatos a secretário-geral, que o mundo “precisa urgentemente” de “liderança e valores”.

Guterres disse que “com a mudança climática e o aumento da população, o mundo está a ficar mais pequeno e os recursos mais escassos” e que é preciso enfrentar esses desafios, disse o candidato.

Na sua declaração inicial no debate, Guterres disse que o próximo secretário-geral da ONU tem de ser “sólido” um “símbolo de unidade” e que “precisa saber combater, e derrotar, o populismo político, o racismo e a xenofobia.”

“E esses são valores que defendi toda a minha vida”, concluiu.

Em resposta à primeira ronda de perguntas, que se centraram no tipo de liderança que os candidatos pretendem ter, Guterres teve os dois primeiros aplausos espontâneos da noite.

O primeiro foi quando elogiou o actual secretário-geral, Ban Ki-moon, ao dizer que não o pretendia criticar e que o sul-coreano tinha feito “um trabalho fantástico” ao longo dos seus mandatos.

“Precisamos traduzir as muitas iniciativas que temos e actividades que desenvolvemos para uma linguagem que as pessoas de todo o mundo percebam”, disse ainda, em resposta a uma pergunta sobre como vai comunicar o trabalho da ONU.

“Mas uma liderança não é apenas uma questão de comunicação. É sobre substância”, acrescentou.

Paridade de nomeações

António Guterres garantiu ainda que, se for eleito, irá existir paridade entre géneros nas nomeações da organização.

“Vamos ter objectivos, metas e avaliações permanentes para assegurar que tudo está a ser cumprido”, disse o candidato português.

A resposta do antigo primeiro-ministro aconteceu durante uma ronda sobre a possibilidade de a próxima secretária-geral da ONU ser uma mulher.

Vesna Pusic, da Cróacia, disse que “durante 70 anos a organização foi governada por pessoas que representam apenas cinquenta por cento da experiência humana” e que “está na hora de isso mudar.”

Na sua última declaração no debate, António Guterres escolheu lembrar os seus mandatos como alto-comissário para os refugiados e os motivos porque concorre agora a secretário-geral.

“Senti a frustração de ver as pessoas a sofrer e saber que não tinha uma solução para elas. Foi por isso que entendi ser minha obrigação candidatar-me a secretário-geral da ONU”, explicou.

Os 10 candidatos presentes no debate desta noite foram divididos em dois grupos.

Guterres faz parte do primeiro grupo, no qual participam ainda Vesna Pusic, da Cróacia, Susana Malcorra, da Argentina, Vuk Jeremic, da Sérvia, e Natalia Gherman, da Moldávia.

No segundo grupo, participam Helen Clark, da Nova Zelândia, Danilo Turk, da Eslovénia, Christiana Figueres, da Costa Rica, Igor Luksic, de Montenegro, e Irina Bokova, da Bulgária.

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