03 ago, 2016 - 07:54
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A Polícia Marítima portuguesa resgatou, nos dez meses de missão na Grécia, 3.355 migrantes e refugiados das águas do mar Egeu, entre 851 bebés e 726 mulheres, tendo realizado 85 missões de busca e salvamento.
Em comunicado, a Polícia Marítima (PM) adianta que nos dez meses de missão na Grécia, que arrancou a 1 de Outubro de 2015, resgatou em segurança e transportou para terra milhares de pessoas, tendo também recuperado cinco corpos.
Este trabalho tem vindo a ser desenvolvido no âmbito da missão da agência FRONTEX POSEIDON SEA 2016, de controlo de fronteiras da União Europeia.
Segundo a PM, foram realizadas 85 missões de busca e salvamento, além de ter sido dado apoio a 10 mil pessoas e terem sido detidos cinco suspeitos de tráfico de seres humanos.
A Polícia Marítima destaca que prestou apoio de primeiros socorros a 18 pessoas, às quais administrou oxigénio, e em quatro casos teve de aplicar manobras de suporte básico de vida, sublinhando que todos os elementos da equipa têm formação em suporte básico de vida e oxigenoterapia.
“São a única equipa a possuir esta capacidade dentro das equipas congéneres que actuam neste momento na Ilha de Lesbos. Esta capacidade já se relevou fundamental para o sucesso da reanimação cardiorrespiratória de dois homens que sofreram ataques cardíacos a bordo das embarcações TEJO e ARADE, de duas mulheres e de duas crianças com cerca de 2 e 4 anos”, destaca a força policial.
Nestes dez meses, a PM fez mais de 1.800 horas de navegação, apoiou mais de 220 embarcações e controlou, através da Viatura de Vigilância Costeira, 1.310 alvos.
“A missão da PM, que visa o controlo e vigilância das fronteiras marítimas gregas, tem assumido essencialmente um carácter de busca e salvamento e de ajuda humanitária aos migrantes e refugiados que diariamente cruzam as águas do mar Egeu, realizando a travessia entre a Turquia e a Ilha de Lesbos”, lê-se no comunicado.
A equipa da Polícia Marítima é composta por onze agentes, um técnico para o apoio e a manutenção das embarcações e um Técnico para a manutenção da componente eléctrica e electrónica da Viatura de Vigilância Costeira.
OIM revela números trágicos
O número de migrantes mortos em todo o mundo ultrapassa já os quatro mil nos primeiros sete meses do ano, mais 26% do que em igual período em 2015, indicou a Organização Internacional para a Migração (OIM).
O total de 4.027 mortes entre 1 de Janeiro e 31 de Julho últimos inclui as pessoas que tentaram a travessia do Mediterrâneo, assim como aquelas que morreram nas rotas do norte de África e na fronteira entre a Síria e a Turquia, especificou a organização com sede em Genebra, na Suíça.
Mais de 3.100 pessoas morreram no Mediterrâneo desde o início de Janeiro deste ano. Nesta travessia, a rota mais mortífera foi a da passagem para Itália, que custou 2.692 vidas, seguida das rotas com destino à Grécia (383 mortes) e Espanha (45).
A OIM actualizou o número de mortes, depois de mais 33 corpos terem sido resgatados nos últimos dias ao largo da costa líbia, junto à cidade de Sabratha, onde 120 corpos foram trazidos pelo mar nos últimos 10 dias.
A seguir ao Mediterrâneo, o norte de África tem sido o palco do maior número de mortes este ano (342). Muitos migrantes em deslocação pelas estradas da região têm sido mortos por traficantes ou pelas "autoridades nacionais", indicou a OIM, alertando para o aumento das mortes violentas nesta rota.
O número de mortes resultantes de ataques a migrantes e refugiados sírios em trânsito em direcção à Turquia também aumentou.