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Guterres consolida liderança na corrida a secretário-geral da ONU

05 ago, 2016 - 20:32 • José Alberto Lemos, correspondente nos EUA

Dois principais rivais em perda, enquanto candidata argentina sobe.

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António Guterres consolidou esta sexta-feira a sua posição como líder da corrida a secretário-geral das Nações Unidas porque não só manteve o primeiro lugar na votação como viu afundar-se o seu principal rival na primeira votação.

O ex-presidente esloveno Danilo Turk tinha tido apenas menos um voto positivo (“encorajador”) do que Guterres e agora ficou a quatro de distância, e colheu quatro votos negativos (“desencorajador”). Passou assim de segundo para quarto lugar.

Também a búlgara Irina Bokova, directora geral da UNESCO, perdeu votos e passou de terceiro lugar para quinto, ao registar tantos votos positivos como negativos – sete.

Graças a estas duas quedas, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros sérvio, Vuk Jeremic, subiu ao segundo lugar com 8 votos positivos e 4 negativos. O que não significa uma melhor votação porque na primeira volta teve 9 votos positivos.

A única candidatura que teve mais votos positivos do que na primeira votação foi a da ministra dos Negócios Estrangeiros argentina Susana Malcorra – passou de 7 para 8 – e graças à queda de outros subiu de sexto lugar para terceiro.

Esta é uma candidatura considerada forte desde o início da corrida, mas a primeira votação veio pôr em xeque essa convicção. Agora Malcorra recupera, o que indiciará uma actividade diplomática intensa nestas últimas semanas. Algo que no seu caso está facilitado na ONU porque Susana Malcorra foi durante três anos chefe de gabinete do actual secretário geral Ban Ki-moon.

Face a estes resultados duas conclusões parecem adequadas: Guterres consolidou a sua posição porque se manteve destacado como o mais votado, apesar de desta vez ter tido dois votos negativos. O que aconteceu num quadro de oscilações significativas entre as duas votações – pelo que o ex-primeiro-ministro português parece representar uma opção estável entre a instabilidade relativa dos 15 países do Conselho de Segurança.

Recorde-se que os dois escrutínios foram feitos exactamente pelos mesmos países, o que indicia que as posições de cada um ainda não estão suficientemente consolidadas. O desencorajamento que nesta segunda votação tiveram as candidaturas do esloveno Danilo Turk e da búlgara Irina Bokova provam isso mesmo.

Face às duas votações já ocorridas, há contudo um quinteto liderante – Guterres, Jeremic, Malcorra, Turk e Bokova – que parece ser o grupo donde sairá o futuro secretário-geral. E atendendo à trajectória ascendente da ministra argentina, talvez ela seja agora a maior rival para Guterres pelas razões já expostas.

No entanto, o ex-primeiro-ministro português ao destacar-se como líder da corrida nas duas “straw polls” realizadas – a designação dada pela ONU a estas reuniões de selecção dos candidatos – consolida as suas probabilidades de vir a ser o futuro secretário-geral das Nações Unidas.

Aguarda-se agora que alguns dos candidatos mais mal colocados desistam da sua aposta até porque são basicamente os mesmos que ficaram em má posição na primeira votação. Até agora só desistiu oficialmente a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros croata Vesna Pusic, que tinha ficado em último lugar na votação de Julho.

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  • O REFUGIADERRES
    07 ago, 2016 lisboa 20:12
    Se continuar com a mania dos refugiados.. Não me parece que seja muito bom para a segurança da Europa...mas pronto...logo se vê...

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