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Rebeldes próximos de quebrar o cerco de Alepo

06 ago, 2016 - 11:42 • Filipe d'Avillez

Após três dias de intensos combates, uma coligação de grupos rebeldes terá conseguido ocupar um importante complexo militar e está muito próxima de pôr fim ao cerco que dura há meses.

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Rebeldes próximos de quebrar o cerco de Alepo
Rebeldes próximos de quebrar o cerco de Alepo

A coligação de rebeldes que luta contra o regime de Bashar al-Assad, em Alepo, conseguiu um importante avanço ao ocupar a Academia Militar de Artilharia.

Durante o dia de sexta-feira sucederam-se as informações, muitas delas contraditórias, sobre o desenrolar do assalto rebelde à academia, mas esta manhã parece confirmar-se a ocupação do edifício estratégico por parte de rebeldes, não obstante o apoio aéreo dado às tropas do regime, apoiadas por milícias libanesas e iranianas, pela força aérea russa.


Infiltrada a base, os rebeldes procuram agora consolidar a sua posição e atacar as bases contíguas. Há informação de muitas baixas de parte a parte e o regime terá muitos reforços a caminho, mas se conseguir manter a posição, a coligação rebelde fica muito próxima de quebrar o cerco a que tem estado sujeita há meses.

A quebra do cerco representará importantes vitórias para os rebeldes. Por um lado, permite reabrir linhas de abastecimento para as partes da cidade sob controlo dos grupos anti-Bashar al-Assad, mas permitirá também fechar a ligação do exército a algumas das zonas da cidade ocupadas pelo regime, passando essas a estar cercadas.

Tão ou mais importante, será uma vitória moral de grande importância, numa altura em que as forças rebeldes pareciam estar em contrapé, sofrendo bastante com a intervenção russa no conflito. Durante anos os rebeldes sofreram pela sua desunião, mas esta batalha mostra também que os diferentes grupos se conseguem coordenar e agir em sintonia, com disciplina e estratégia.

Os céus sobre Alepo encheram-se de fumo preto durante estes dias, não só por causa dos combates, mas também porque os residentes e as milícias anti-Assad queimaram centenas de pneus, criando assim uma nuvem de fumo espesso com o objectivo de dificultar a intervenção dos aviões e helicópteros russos e da força aérea síria.


Limpeza étnica em perspectiva

A vitória dos rebeldes, que na esmagadora maioria são compostos por grupos e militantes fundamentalistas islâmicos, poderá conduzir a uma limpeza étnica das zonas que vierem a ocupar.

A coligação deu a esta ofensiva o nome de Ibrahim al-Yousef, evocando um massacre de 1979 em que o oficial encarregue da Academia de Artilharia, a mesma actualmente a ser disputada, chamou para uma reunião dezenas de cadetes pertencentes à comunidade alauita, que é minoritária na Síria mas que domina ainda os aparelhos do regime de Bashar al-Assad. Quando os cadetes, entre 50 e 80, estavam todos reunidos, al-Yousef e outros oficiais abriram fogo com armas automáticas e granadas, massacrando todos os alunos.

Um filho de Al-Yousef combate nesta altura com os jihadistas em Alepo e os líderes da coligação já afirmaram publicamente que, caso vençam este conflito, irão fazer tal como foi feito em 1979, massacrando todos os alauitas que encontrarem.

Estes dados levantam novamente a preocupação sobre a verdadeira natureza dos grupos rebeldes na Síria, incluindo alguns descritos pelo Ocidente como "moderados" mas que na verdade mostram indícios de serem jihadistas.

[Notícia actualizada às 14h12]


Comentários
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  • Paulo Cordeiro
    06 ago, 2016 cacém 14:50
    era o que eu ía comentar! esta noticia esta mal escrita. nao sao rebeldes, sao terroristas, e sao apoiados pelos seus aliados, os fabricantes de guerras. (E.U.A)
  • Fernando
    06 ago, 2016 Leiria 14:39
    Os EUA e a UE devem estar a esfregar as mãos de contentamento, mas se julgam que os russos fiquem impavidos e serenos a assistir a estes acontecimentos, estão completamente enganados. Os russos se for necessário arrasam Alepo, tal como fizeram a Grosny e lá se vão os terroristas bons da América e da UE.
  • Antonio Rodrigues
    06 ago, 2016 Viseu 13:40
    Os Americanos no seu maior. Através do seu fabricante de terrorismo, Jon Kerry.
  • Norik
    06 ago, 2016 Porto 12:35
    Não são rebeldes, são terroristas. Neste caso apoiados e a conjugar forças com a coligação de países ocidentais. Mas continuam a ser terroristas.

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