17 ago, 2016 - 06:55
O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil decidiu abrir um inquérito para investigar a Presidente com mandato suspenso, Dilma Rousseff, e o ex-Presidente Lula da Silva por alegadas tentativas de obstrução à Justiça.
A decisão foi divulgada na terça-feira à noite pelos jornais “Globo”, “Folha de São Paulo” e “Estado de São Paulo”, que citam fontes com acesso à investigação.
Dado que o processo está sob sigilo, a abertura do inquérito não foi confirmada pela assessoria do tribunal.
A decisão, tomada pelo magistrado Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção do Brasil, também inclui os ex-ministros de Dilma Rousseff José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante.
São ainda alvo do mesmo inquérito o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, o magistrado do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e o ex-senador Delcídio do Amaral.
Num despacho de segunda-feira, Teori Zavascki deu autorização para a realização de diligências no caso, o que acontece após a abertura de investigações.
A abertura do inquérito tinha sido pedida pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em maio.
Para a Procuradoria, a nomeação de Lula da Silva para ministro da Casa Civil teve como objectivo perturbar as investigações da Operação Lava Jato, dado que enquanto governante o ex-Presidente não poderia ser julgado pelo juiz Sérgio Moro, que coordena a Lava Jato, mas apenas pelo STF.
A suspeita da Procuradoria baseou-se, entre outros elementos, numa escuta telefónica divulgada pelo juiz Sérgio Moro, na qual a Presidente diz a Lula da Silva que lhe vai enviar a nomeação como ministro para ser usada em caso de necessidade.