26 ago, 2016 - 22:34
A Policia Federal brasileira indiciou o ex-Presidente Lula da Silva, a sua mulher e outras três pessoas por corrupção activa, passiva e lavagem de dinheiro num caso da operação Lava Jato, que investiga crimes cometidos na Petrobras.
Todos os acusados são suspeitos de crime na aquisição e reforma de um apartamento de luxo na cidade do Guarujá, litoral do Estado de São Paulo.
Trata-se do primeiro indiciamento formal do ex-Presidente brasileiro.
De acordo com documentos divulgados pela Polícia Federal, Lula da Silva e a mulher, Mariza Leticia, teriam recebido vantagens ilícitas da empreiteira OAS, que reformou o apartamento de luxo gastando cerca de 2,4 milhões de reais (660 mil euros).
Para a polícia, as reformas teriam sido feitas em troca de favores em licitações de projectos da empresa petrolífera estatal Petrobras.
Agora cabe ao Ministério Público Federal decidir se encaminhará uma denúncia para o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da operação Lava Jato.
O ex-Presidente brasileiro já disse inúmeras vezes que o apartamento no Guarujá não lhe pertence. Segundo Lula da Silva, ele e a mulher firmaram um contrato de prioridade de compra do imóvel, que depois não foi concretizado.
Em Julho, Marisa Letícia entrou com uma acção contra a OAS e a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), pedindo a devolução dos valores pagos pela preferência de compra do apartamento.
Pediu, designadamente, o ressarcimento de 300 mil reais (82,2 mil euros) que haviam sido investidos no imóvel.
Os outros indiciados neste caso são José Adelmario Pinheiro Filho, ex-presidente da OAS, o arquitecto Paulo Gordilho, e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.