31 ago, 2016 - 17:36
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Dilma Rousseff foi definitivamente afastada da Presidência do Brasil. O Senado aprovou esta quarta-feira a destituição da primeira mulher a comandar os destinos do país.
O “impeachment” recebeu 61 votos a favor e 20 votos contra depois de nove meses de impasse político, anunciou o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowsky.
Para evitar a destituição, Dilma precisava de garantir o apoio de 24 senadores.
Quando o resultado da votação foi divulgado no placard electrónico do Senado os congressistas cantaram o hino brasileiro.
Dilma Rousseff foi condenada por ter assinado três decretos de créditos
suplementares em 2015 sem autorização do Congresso e por ter usado
dinheiro de bancos públicos em programas do Tesouro, realizando manobras
contabilísticas, as popularmente chamadas "pedaladas fiscais".
Na sua defesa perante os senadores, na segunda-feira, Dilma recusou os crimes de que foi acusada, reafirmou que está a ser vítima de um golpe e disse temer “a morte da democracia”.
Dilma não foi afastada de cargos públicos
Apesar da destituição de Presidente, os senadores decidiram não afastar Dilma Rousseff de cargos públicos durante um período de oito anos.
Para ser aprovada, a retirada dos direitos políticos tinha que conseguir uma maioria de dois terços no Senado, mas apenas 42 dos 81 congressistas votaram "sim".
Dilma pode exercer funções em instituições do Estado e candidatar-se às próximas eleições.
Dilma Rousseff é o segundo Presidente do Brasil a ser destituído, depois de Fernando Collor de Mello ter sido afastado por corrupção, em 1992.
Com a destituição de Dilma Rousseff, a Presidência fica nas mãos de Michel Temer, até às eleições de 2018.
Michel Temer vai tomar posse ainda esta quarta-feira, em Brasília, pelas 16h00 (20h00, hora de Lisboa).
[notícia actualizada às 18h11 - Dilma mantém direitos políticos]