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“Impeachment”. Senadores decidem futuro de Dilma esta tarde

31 ago, 2016 - 06:38 • Marta Grosso

Suspensa do seu mandato desde Maio, a Presidente do Brasil arrisca-se a ficar impedida de aceder a qualquer cargo público durante oito anos. Dilma subiu ao poder, pela primeira vez, em 2010.

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A Presidente suspensa do Brasil fica esta quarta-feira a saber se perde o seu mandato ou se se mantém no cargo. O seu futuro está nas mãos do Senado, depois de sete dias de julgamento.

O cenário não é favorável. De acordo com a “Folha de São Paulo”, 54 senadores já se manifestaram a favor da destituição definitiva de Dilma Rousseff. É o número mínimo de parlamentares necessário para que o “impeachment” avance.

Dilma é acusada de ter cometido crime de responsabilidade, ao praticar manobras fiscais com o objectivo de melhorar as contas públicas, e de assinar decretos a autorizar despesas que não estavam previstas no orçamento.

A última sessão do julgamento começou na terça-feira de manhã (início da tarde em Lisboa) e terminou já na madrugada desta quarta-feira (7h00).

Entre opositores e apoiantes, os senadores discursaram durante quase 17 horas. António Carlos Valadares é um dos favoráveis à destituição da Presidente. A “Folha” relata que, no seu discurso, afirmou que Dilma “agiu com abuso de poder político, violando a lei orçamentária”.

O último a discursar foi o senador Romário, que disse ser favorável ao “impeachment”. “É um momento triste quando se decide afastar uma Presidente da República”, disse o senador, que se afirmou convencido que Dilma cometeu crime de responsabilidade.

De acordo com a "Folha", até à intervenção deste senador, 53 outros haviam declarado a sua intenção de votar a favor do “impeachment”.

Dilma Rousseff é a primeira Presidenta do Brasil. Subiu pela primeira vez ao poder em 2010, substituindo Lula da Silva e dando continuidade à liderança da esquerda, através do Partido dos Trabalhadores. Foi reeleita em 2014, mas o escândalo das alegadas “pedaladas fiscais” levou à suspensão do mandato, a 12 de Maio.

Centenas gritam por Dilma em São Paulo. Polícia lança gás lacrimogéneo
Centenas gritam por Dilma em São Paulo. Polícia lança gás lacrimogéneo

Durante os nove meses de processo, Dilma negou sempre as acusações que lhe são dirigidas e dividiu a população. Diz que se sente injustiçada e levantou dúvidas quanto às acusações que lhe fazem. Nas ruas, fazem-se ouvir manifestações contra e a favor da Presidente suspensa.

“Se certas medidas tivessem sido tomadas no início de 2015, teríamos uma crise económica menor e dela teríamos saído mais rápido", afirmou numa das suas intervenções na terça-feira.

Na segunda-feira, num discurso muito emocionado, Dilma comparou o seu julgamento à perseguição política de que foi alvo durante a ditadura militar que vigorou no país entre 1964 e 1985 e lembrou a altura em que foi torturada pelos serviços de segurança.

A confirmar-se a destituição de Dilma Roussef, Michel Temer passa a Presidente do Brasil. A tomada de posse será no momento seguinte ao anúncio do resultado da votação, no Palácio do Planalto.

Será a primeira vez na história do Brasil que um Presidente lutou até ao fim. Em 1992, Fernando Collor de Mello renunciou ao cargo horas antes do julgamento final que deveria conduzir ao seu “impeachment”. Sobre ele recaíam acusações de corrupção.

Comentários
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  • 31 ago, 2016 16:08
    SOU COMPLETAMENTE A FAVOR QUE EXPULSEM A DILMA E OS COMUNISTAS TODOS DO BRASIL !
  • 31 ago, 2016 10:46
    Por cà devia fazer-se o mesmo ao PCP ! Comunistas, jà fazem parte triste passado e ficou provado que são uma farsa! Se o Nazismo foi proibido, porque o comunismo ficou de fora? São ideologias identicas.
  • jose martins
    31 ago, 2016 paço de arcos - le pas des arcs 09:43
    Estou contra o empichamento da Dilma Russef.

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