01 set, 2016 - 18:45
Um estudo publicado na quarta-feira na conceituada revista científica “Nature” revela que um grupo de investigadores dos Estados Unidos e da Suíça estão a conseguir travar o avanço da doença de Alzheimer através de uma droga experimental chamada aducanumab.
Os testes da equipa da empresa biotecnológica Biogen mostram como esta substância é capaz de remover a acumulação de proteínas no cérebro de pessoas com Alzheimer em estágio leve e consequentemente retardar o seu declínio mental.
Os testes foram feitos em 165 pessoas com Alzheimer em fase inicial durante um ano – sendo que parte dos voluntários recebeu injecções mensais deste anticorpo e outra parte tomou um placebo. Nos cérebros dos pacientes que receberam a droga houve uma "eliminação quase completa" das chamadas placas amilóides.
As placas amilóides são proteínas que se agrupam em depósitos no cérebro, bloqueando os neurónios, um dos mecanismos que os cientistas suspeitam que pode provocar Alzheimer.
Segundo o jornal britânico “The Independent”, os pacientes tratados com este anticorpos mostraram inclusivamente não terem sofrido qualquer declínio na memória ou nas funções do dia-a-dia.
Devido à dimensão reduzida do grupo de teste, os cientistas vão agora realizar um estudo maior com 2.700 pessoas em fase inicial de Alzheimer, com final projectado para 2020. Depois desta segunda fase, será possível começar a estudar a possibilidade de trazer o aducanumab para o mercado.
Um dos efeitos secundários que é preciso ultrapassar é a acumulação excessiva de fluido no cérebro, o que pode aumentar o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC).