15 set, 2016 - 08:25
A ex-Presidente do Brasil Dilma Rousseff defende que q acusação contra o ex-chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato, "a democracia volta a ser ferida".
"Mais uma vez, uma grave injustiça é cometida sem fundamentos reais. Agora, o alvo é o ex-Presidente Lula", comentou, nas redes sociais, a chefe de Estado afastada do poder a 31 de Agosto.
A sucessora de Lula da Silva opinou que "é evidente que esta denúncia [acusação] atende ao objectivo daqueles que pretendem impedir a sua candidatura em 2018", ano de presidenciais.
"É lamentável que uma denúncia sem provas seja feita contra o Presidente Lula e a sua família", referiu, acrescentando: "Certamente, ele saberá defender-se e as pessoas de bem saberão reagir".
O Ministério Público Federal (MPF) acusou, na quarta-feira, o ex-Presidente, a sua mulher, Marisa Letícia, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e outras quatro pessoas ligadas à mesma empresa de construção civil por crimes de corrupção activa e passiva e lavagem de dinheiro.
Trata-se da primeira denúncia contra o ex-chefe de Estado enviada para o juiz Sérgio Moro, responsável pelos casos da Operação Lava Jato, que trata do maior esquema de corrupção da história do Brasil, na Justiça Federal do Estado do Paraná.
Em conferência de imprensa na quarta-feira, o procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa [de investigação] da Operação Lava Jato em Curitiba, acusou Lula da Silva de ser o "o comandante" que "determinou a realização e a continuidade da prática dos crimes" num mega-esquema de corrupção associado à petrolífera Petrobras.
Dilma, que foi afastada do poder por irregularidades orçamentais num polémico processo de destituição, referiu, várias vezes, ser vítima de um golpe e que, mais do que o seu mandato, era a democracia do país que estava em causa no processo.