16 set, 2016 - 23:18
O Governo equatoriano ratificou o asilo concedido há quatro anos ao fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, depois de se saber que um tribunal de recurso sueco manteve a ordem de detenção emitida em 2010 contra o australiano.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores anunciou que o Tribunal da Relação de Estocolmo negou a Assange -- asilado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres -- o seu pedido de levantamento da ordem de detenção.
Relativamente a esta decisão, o Governo do Equador reiterou a "validade das conclusões e recomendações" emitidas pelo Grupo de Trabalho sobre detenções arbitrárias das Nações Unidas, indicou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
Esse parecer estabelece que Assange "se encontra detido de forma arbitrária, e que deve ser libertado imediatamente", acrescenta.
O Ministério recordou que desde Junho de 2012, o Governo do Equador tem tomado iniciativas "para assegurar o devido processo, evitar atrasos desnecessários e alcançar uma solução satisfatória para todas as partes".
Em várias ocasiões - acrescentou - o Governo equatoriano propôs à Suécia vias alternativas para avançar com as diligências.
No comunicado, o Ministério afirmou que "fiel à sua larga tradição de defesa dos direitos humanos, em particular os das vítimas de perseguição política, o Equador ratifica a vigência do asilo concedido a Julian Assange há quatro anos".
O Equador "reafirma a sua intenção de salvaguardar a sua integridade física e a sua vida até que o asilado chegue a um lugar seguro", concluiu.
Em Copenhaga, foi noticiado que a decisão do Tribunal da Relação reafirma a decisão de há quatro meses de um tribunal inferior, que declarou que Assange continua a ser suspeito e que existe o risco de querer evitar um julgamento ou uma hipotética pena.
Os advogados de Assange anunciaram, numa declaração em Londres, que o australiano irá recorrer da decisão.