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Búlgara Kristalina Georgieva "encorajada" a avançar para liderança da ONU

23 set, 2016 - 11:03

Apoiada pela chanceler alemã, Angela Merkel, Georgieva admite, implicitamente, que poderá enfrentar António Guterres.

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A vice-presidente da Comissão Europeia Kristalina Georgieva diz estar a ser "encorajada" a avançar com uma candidatura a secretária-geral da ONU, admitindo, implicitamente, que poderá enfrentar António Guterres.

“Sinto-me muito honrada por verificar que numerosas pessoas me estão a encorajar para ser candidata”, sublinhou Georgieva, uma economista búlgara de 63 anos, que é apoiada pela chanceler alemã, Angela Merkel.

Kristalina Georgieva falava em Nova Iorque, numa conferência organizada pelo Instituto para a Paz.

A possível adversária do antigo primeiro-ministro português e ex-alto comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, condicionou, contudo, a decisão quanto à sua candidatura ao apoio do governo búlgaro.

“Como búlgara, direi que é uma decisão a tomar pelo governo do meu país”, assinalou.

Uma outra búlgara, a directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, está já na corrida à sucessão de Ban Ki-moon na liderança das Nações Unidas. Na primeira votação no Conselho de Segurança, alcançou o terceiro lugar, com nove votos encorajadores, quatro desencorajadores e dois sem opinião. Nessa mesma votação, António Guterres foi o candidato com melhor resultado, sem qualquer voto desencorajador, e Danilo Turk, ex-presidente esloveno, ficou em segundo.

Apesar de o candidato português ter obtido bons resultados em todas as votações, a Rússia - um dos cinco países que dispõem de direito de veto no Conselho de Segurança - já reforçou a sua preferência por um candidato da Europa de leste.

O executivo búlgaro declarou, na passada semana passada, que manteria a candidatura de Bokova, mas admitiu rever a sua posição se ela “não for a primeira ou segunda” mais votada no escrutínio que vai realizar-se na segunda-feira.

Na escolha do sucessor de Ban Ki-moon há também que contar com um movimento em favor da eleição de uma mulher, o que aconteceria pela primeira vez após os oito homens que já ocuparam o cargo.

Guterres venceu as quatro primeiras votações no Conselho, que aconteceram a 21 de Julho, 5 de Agosto, 29 de Agosto e 9 de Setembro.

Assim que um candidato reunir nove votos entre os 15 países membros e aprovação de todos os membros permanentes - China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos - o Conselho de Segurança recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia Geral da ONU, que reúne representantes de 193 países.

A organização espera encontrar durante o Outono o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano.

Duas outras votações estão agendadas: uma semelhante às primeiras quatro, que acontece na segunda-feira, e uma na primeira semana de Outubro, em que os votos dos membros permanentes do Conselho com poder de veto sobre os candidatos serão destacados.

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  • j.batista
    23 set, 2016 Lisboa 11:31
    Merkel não pode infringir as regras ou alterá-las (se tiver esse poder) a meio do jogo, por mero capricho e desprezo da candidatura dominante, de momento. Uma eleição não entende jogos de poder, renegando os candidatos à partida, tal como numa maratona os que a iniciam é que têm o direito de chegar ao fim, não podendo qualquer um entrar fresquinho a meio da corrida. Seria ridículo e desastroso para a ONU o que se anuncia nem o eleito (a)? teria qualquer legitimidade. Não creio neste despudorado gesto que é anunciado, senão como mera propaganda maliciosa.

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