26 set, 2016 - 07:18
António Guterres enfrenta esta segunda-feira nova votação para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas. O ex-primeiro-ministro é um forte candidato ao lugar, já que até agora venceu as quatro primeiras votações informais para o cargo.
António Monteiro, antigo embaixador português junto da ONU, espera que a orientação dos membros do Conselho de Segurança se mantenha.
“É essa constância de voto que lhe tem dado uma melhor margem em relação aos outros candidatos e constitui uma posição firme do Conselho de Segurança – é o Conselho de Segurança, pelas suas votações que tem colocado António Guterres quase como o candidato do consenso”, defende em declarações à Renascença.
“Espero que a votação confirme essa orientação para bem das Nações Unidas, porque terão encontrado já o candidato ideal, e também para bem da candidatura do engenheiro António Guterres, que nesta fase merece já essa confirmação”, acrescenta.
Uma mulher para o cargo hoje desempenhado por Ban Ki-moon tem sido tema constante e os activistas nas Nações Unidas para a eleição de uma mulher ainda acreditam nessa possibilidade.
António Monteiro considera que a igualdade de género tem sido salvaguardada ao longo do processo, mas sublinha que, mais importante do que isso, é que o critério do mérito “e é isso que tem estado até agora a imperar na escolha do Conselho de Segurança”.
A escolha de um secretário-geral tem sido, ao longo dos anos, uma espécie de barómetro das relações entre algumas das grandes potências do mundo. A tensão entre o Ocidente e a China é um desses exemplos.
António Monteiro foi embaixador de Portugal na ONU em 1981, 1984, 1997, tendo ainda sido representante de Portugal no Conselho de Segurança entre 1997 e 1998.
Esta segunda-feira, decorre a última das votações informais para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas. Na primeira semana de Outubro está prevista outra ronda e aí os votos dos membros permanentes do Conselho de Segurança terão peso na escolha dos candidatos.