30 set, 2016 - 19:11 • José Pedro Frazão
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Dos votos de desencorajamento que tem havido para António Guterres nas várias fases de eleição para secretário-geral das Nações Unidas, nenhum pertence a um Estado com direito a veto. É o que acredita António Vitorino, ex-comissário europeu.
“A sensação que eu tenho é que, até este momento, os votos de desencorajamento em relação ao engenheiro Guterres não vêm de nenhum membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Há um que é claro, que é a Nova Zelândia, que tem uma candidata ainda em liça. O outro há suspeitas, mas não creio que seja nenhum dos membros permanentes", afirma Vitorino no Fora da Caixa da Renascença (para ouvir esta sexta-feira, depois das 23h00).
“O que pode haver é um que não tem opinião [sobre Guterres] possa ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, para deixar toda a sua margem de negociação livre e aberta", alerta.
Mesmo os votos de encorajamento que tem havido não vinculam necessariamente os países para a votação final. “Interpretam o voto de encorajamento como um voto de fazer o caminho, mas não significa forçosamente que no fim seja essa a escolha deles."
António Guterres tem liderado as várias fases de votação até agora, mas o processo de escolha de um novo secretário-geral da ONU, para substituir Ban Ki-Moon, agitou-se recentemente com a entrada na corrida de uma nova candidata.
Kristalina Georgieva está a ser proposta pela Bulgária, numa manobra que provocou um pedido de esclarecimento por parte de alguns membros do Conselho de Segurança, uma vez que se trata da segunda candidata do mesmo país.