03 out, 2016 - 06:40
Cerca de 1,1 mil milhões de pessoas escaparam à pobreza extrema desde 1990 e as desigualdades diminuíram, mas 800 milhões ainda vivem com menos de 1,69 euros diários (1,90 dólares), alerta o Banco Mundial.
"É notável que os países tenham continuado a reduzir a pobreza e a impulsionar a prosperidade partilhada numa altura em que a economia global tem um fraco desempenho, mas ainda há muitas pessoas a viver com demasiado pouco", disse o presidente do grupo Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, referindo-se a um novo estudo publicado pela organização.
Citado num comunicado do BM, o presidente sublinha que, "a menos que se retome um crescimento global mais rápido e que se reduza a desigualdade, poderá falhar o objectivo do Banco Mundial de eliminar a pobreza extrema até 2030".
"A mensagem é clara: para acabar com a pobreza, temos de fazer o crescimento funcionar para os mais pobres e uma das maneiras mais seguras de fazer isso é reduzir a desigualdade, especialmente nos países onde vivem muitos pobres".
Segundo o estudo agora divulgado, o primeiro de uma nova série que irá registar anualmente os dados mais actuais e mais rigorosos sobre a pobreza global e a prosperidade partilhada, tanto a proporção de pessoas em pobreza extrema como o seu número absoluto diminuiu consistentemente desde 1990.
Redução da pobreza
O mundo tinha quase menos 1,1 mil milhões de pobres em 2013 do que em 1990, um período que viu crescer a população global em quase 1,9 mil milhões de pessoas.
Apesar de um crescimento demográfico mais rápido nas áreas mais pobres, a tendência de redução da pobreza culminou com 114 milhões de pessoas a saírem da pobreza extrema só em 2013.
Nesse ano, quase 800 milhões de pessoas viviam com menos de 1,90 dólares por dia.
O progresso foi motivado sobretudo pela região da Ásia Oriental e Pacífico, especialmente pela China e pela Indonésia, assim como pela Índia.
Metade das pessoas em pobreza extrema está na África Subsaariana e um terço no Sul da Ásia.
Numa avaliação de países que registaram reduções significativas das desigualdades nos últimos anos - incluindo o Brasil, o Camboja, o Mali, o Peru e a Tanzânia,- os autores do estudo apontam seis estratégias de alto impacto para promover a equidade: desenvolvimento e nutrição na primeira infância, cobertura universal de saúde, acesso universal a educação de qualidade, transferências de dinheiro para as famílias mais pobres, melhores infra-estruturas rurais, impostos progressivos.
"Algumas destas medidas podem afectar rapidamente a desigualdade de rendimentos. Nenhuma é uma cura milagrosa", disse o presidente do BM.