04 out, 2016 - 07:50
Cerca de 385 milhões de crianças, entre os zero e os 17 anos de idade, viviam em 2013 em situação de pobreza extrema, de acordo com um estudo conjunto da Unicef e do Grupo do Banco Mundial.
Os dados fazem parte do relatório “Terminar com a Pobreza Extrema: Um Foco nas Crianças” (na tradução para português), relativo a 2013, que revela que as crianças têm duas vezes mais probabilidades de viver na pobreza extrema do que os adultos.
De acordo com o estudo, “19,5% das crianças nos países em desenvolvimento faziam parte de agregados familiares que sobreviviam com 1,90 dólares [1,70 euros] por dia ou menos por pessoa, comparativamente com 9,2% dos adultos”.
Segundo a Unicef, este é um estudo que surge na sequência do relatório de referência do Grupo do Banco Mundial, “Pobreza e Prosperidade Partilhada 2016: Assumindo a Desigualdade” (na tradução para português), que concluiu que, em 2013, cerca de 767 milhões de pessoas no mundo viviam com menos de 1,90 dólares por dia, metade das quais tinham menos de 18 anos.
“As crianças são afectadas de forma desproporcionada, dado que representam cerca de um terço da população estudada, mas metade dos que vivem na pobreza extrema. O risco é maior para as crianças mais pequenas – mais de um quinto dos menores de cinco anos nos países em desenvolvimento vivem em famílias extremamente pobres”, lê-se no comunicado.
Segundo o estudo, entre as 767 milhões de pessoas a viverem numa situação de pobreza extrema, 385 milhões são crianças com idade entre os zero e os 17 anos, enquanto os outros 382 milhões se dividem pelos adultos, a partir dos 18 anos.
Já dentro dos 385 milhões de crianças em pobreza extrema, 122 milhões têm entre zero e quatro anos de idade, 118 milhões têm entre cinco e nove anos, 99 milhões entre os 10 e os 14 anos e 46 milhões estão na faixa etária entre os 15 e os 17 anos de idade.
As crianças que vivem em pobreza extrema estão sobretudo concentradas na África subsariana. Segue-se o sul da Ásia, com perto de 36%, com mais de 30% das crianças extremamente pobres a viver na Índia.
As duas instituições defendem, por isso, que os governos avaliem regularmente a pobreza infantil e dêem prioridade às crianças nos planos de combate à pobreza, bem como reforcem os sistemas de protecção social, dêem prioridade a investimentos na área da saúde, educação, água potável ou saneamento e que moldem as decisões políticas de modo a que o crescimento económico beneficie as crianças mais pobres.