04 out, 2016 - 23:31
Tudo pode ainda acontecer na eleição para secretário-geral da ONU, considera Francisco Seixas da Costa.
Em entrevista à Renascença, o diplomata diz que ainda pode surgir um novo candidato. “Não excluo que de repente, perante uma votação que amanhã venha a consagrar como ‘challengers’ mútuos, António Guterres e Georgieva, a um nível relativamente idêntico, não possa surgir um terceiro candidato saído da cartola no último momento”.
Em entrevista ao programa Terça à Noite, da Renascença, o embaixador considera que tudo está ainda muito indefinido e que “o candidato que vai emergir de todo este processo será alguém que no fundo acabará por ser decantado pela Europa ocidental e é quem a Rússia dirá que sim. Esse é que é o candidato que vai ser eleito”, afirma.
Seixas da Costa considera que ao falar numa candidata de Leste que apoia, o embaixador russo junto das nações Unidas está a falar de Irina Bokova, que foi a sua candidata desde o princípio. Já quanto a Kristalina Georgieva o embaixador não tem dúvidas: “É uma candidata de sectores do Partido Popular Europeu que acham que tendo uma maioria dentro da europa, teria pouco sentido que um candidato que se pretende emergir da Europa, em particular da Europa de Leste, pudesse ser de uma outra família política que não seja a família política que prevalece ao nível do poder dentro da União Europeia”.
Numa entrevista em que se confessa preocupado com o futuro da Europa, Seixas da Costa alerta que “a Comissão Europeia, para seu próprio prestígio, não se devia tornar numa espécie de ASAE do euro” e lamenta “a falta de respeito pelas opções democráticas do povo português”, referindo-se à reacção de Bruxelas à solução de governo encontrada para Portugal.