07 out, 2016 - 19:23
Já ascendeu a 842 o número oficial de mortos devido à passagem do furacão Matthew pelo Haiti. No espaço de apenas uma hora, o saldo de vítimas mortais duplicou, à medida que chegaram informações de locais mais distantes. Dezenas de milhares de pessoas ficaram sem casa, num país já muito massacrado por sismos e pela pobreza.
Depois de deixar o Haiti, o furacão Matthew avançou em direcção à Flórida, nos Estados Unidos, onde durante a noite passada e esta sexta-feira os ventos atingiram os 110 quilómetros por hora, segundo a Reuters. Trata-se do maior furacão dos últimos 10 anos a atingir os Estados Unidos.
Na Flórida há indicação de cerca de 300 mil casas sem electricidade. A última noite foi especialmente perigosa e as autoridades aconselharam a população a não sair de casa, como explica à Renascença Rui Nunes, um português a viver há mais de 10 anos na Flórida, perto de Daytona Beach.
“Ninguém pode sair, estamos todos proibidos de sair até sábado às 7h00”, explica, indicando que os ventos fortes já fizeram alguns estragos menores na sua casa. “Está muito vento, a rede à volta da minha piscina já voou, algumas partes da cerca à volta da casa.”
Segundo este morador, este furacão é o de maior intensidade que já viveu e há grande preocupação nesta altura com muitas pessoas que vivem em rulotes, estando por isso mais expostas aos elementos.
A Renascença falou ainda com Glória Sousa, uma portuguesa há muitos anos a residir na Flórida, na zona de Port St. Lucie, onde uma pessoa morreu nas últimas horas. “Houve uma morte porque a ambulância não pôde chegar a tempo a casa de uma pessoa, e neste momento há 2.000 casas sem electricidade”, refere.
“Não querem que a gente vá para a rua, porque há ventos muito fortes. Mas, por enquanto, está tudo bem. Durante a noite falhou muito a electricidade. Houve muita chuva e muito vento, mas estou muito agradecida porque estamos todos bem”, sublinha Glória Sousa.
Os ventos fortes atingiram transformadores de energia eléctrica, deixando milhares de pessoas sem electricidade. As autoridades estão a divulgar sucessivos avisos para que as pessoas saiam das áreas de risco e procurem imediatamente abrigo.