17 out, 2016 - 08:19
Os crimes de ódio dispararam no Reino Unido, desde a realização do referendo que ditou a saída da União Europeia.
De acordo com um relatório oficial do Ministério da Administração Interna britânico, este tipo de criminalidade com motivação racista subiu 41% em Julho, comparando com o mesmo mês do ano passado.
Um mês depois da realização da consulta popular, registaram-se quase 5.500 crimes de ódio contra imigrantes.
O mesmo relatório indica que, em Agosto, a tendência de subida atenuou-se, mantendo-se, ainda assim, a níveis superiores aos registados antes do referendo britânico.
Na reacção a este documento, o governo já veio garantir que está determinado combater o fenómeno.
Um dos casos mais recentes de crimes xenóbos registou-se na sexta-feira, 7 de Outubro, na cidade de Leeds, onde um grupo de 20 jovens atacou um homem polaco. O homem, de 28 anos, teve de receber assistência hospitalar mas não corre risco de vida. As autoridades apelaram à comunidade que prestasse informações sobre o caso.
Nos dias imediatamente a seguir ao referendo que ditou o Brexit, a sede da comunidade polaca em Londres foi pintada com a inscrição “vão-se embora”. Nas redes sociais multiplicam-se os insultos a minorias étnicas e os vídeos que mostram actos xenófobos.
Também por essa altura, uma reportagem da Lusa revelou que cidadãos portugueses a viver no Reino Unido foram vítimas de ataques racistas. Os incidentes aconteceram em Londres, País de Gales ou Norfolk, disseram à agência Lusa vários membros da comunidade portuguesa, que acrescentaram que nem todos são divulgados por receio de reprovação ou represálias. Nem a Embaixada nem o Consulado portugueses de Londres receberam denúncias oficiais de ataques a portugueses e a polícia britânica também não confirmou casos específicos nacionais.