04 nov, 2016 - 20:22
A Federação Nacional dos Professores foi ao Ministério da Educação pedir explicações sobre uma redução de 281 milhões de euros, na proposta de Orçamento do Estado para 2017, nos recursos humanos da educação básica e secundária.
"Se vai haver um novo regime de concursos que permitirá a vinculação de professores, se este será um ano em que todos os professores têm o salário reposto na íntegra, se as escolas este ano têm mais 6 mil professores e precisam de assistentes operacionais que terão de ser colocados, não percebemos como é que em 2017 se reduzem quase 300 milhões de euros", declarou à agência Lusa o líder da Fenprof, Mário Nogueira, à saída do Ministério.
A delegação sindical foi recebida por uma representante da equipa negociadora do Ministério da Educação, com o qual a estrutura pretende começar já as conversações para rever o regime dos concursos destinados a colocar os professores nas escolas.
A este respeito, os representantes sindicais manifestaram-se preocupados com o adiamento das negociações por dois meses, dadas as implicações no Orçamento do Estado, que estará então já aprovado.
"Não é admissível desencadear este processo nos meses de natal e ano novo. Não são estes os momentos de negociação, porque esta deverá ser sempre acompanhada pelos professores nas escolas, até porque não são só os dirigentes sindicais a decidi-las", disse Mário Nogueira.
No próximo ano, frisou, todos os 110 mil professores podem ir a concurso: "Iniciar este processo depois de aprovado o Orçamento do Estado, em absoluto, significa que poderá pôr em causa aspectos como a vinculação de professores".
Neste sentido, a federação propôs ao ministério que possam ser realizadas reuniões prévias à apresentação da proposta de articulado por parte da tutela, com vista a identificar divergências o mais cedo possível para facilitar as negociações.
A par das reuniões sobre estas questões, que gostaria de ver avançar na próxima semana, a Fenprof decidiu hoje continuar a agir noutras áreas, nomeadamente com a entrega de uma petição na Assembleia da República, com milhares de assinaturas, em defesa do descongelamento das carreiras.
A entrega do documento está prevista para quinta-feira, adiantou Mário Nogueira, referindo que outras acções terão lugar este mês e no próximo.