15 nov, 2016 - 08:07
O ambientalista Francisco Ferreira teme pelo impacto da administração Trump na luta contra as alterações climáticas. O dirigente da associação Zero está em Marraquexe, onde no passado dia 7 de Novembro começou a conferência do clima (COP22), promovida pelas Nações Unidas.
Em declarações ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, Francisco Ferreira diz que há quem fale sobre “a administração [Trump] pura e simplesmente não fazer nada, ou pior ainda, já se fala da possibilidade dos EUA abandonarem a Convenção do Clima”.
O ambientalista lembra, no entanto, que esta decisão precisa de ser aprovada pelo Senado e pelo Congresso norte-americanos.
A cimeira em Marrocos junta cerca de 20 mil pessoas. Além das questões em torno dos processos de ratificação nacionais do Acordo de Paris, as diferentes delegações ainda têm de chegar a entendimentos sobre o modo de tornar esse acordo operacional, nomeadamente no que se refere à definição de regras de transparência, à apresentação de estratégias nacionais até 2050 e, também, em matéria de ajuda financeira aos países em desenvolvimento.
O primeiro-ministro português, António Costa, participa esta terça-feira no encontro, oportunidade que aproveitará para fazer a defesa da rápida aplicação do Acordo de Paris sobre alterações climáticas.
O chefe do executivo português vai também estar presente num almoço oferecido pelo rei de Marrocos, Mohammed VI, aos chefes de Estado e de Governo que participam na conferência do clima. No domínio ambiental, o Governo português pretende seguir um percurso de descarbonização total da economia até 2050, estando previsto que, em breve, se inicie a revisão do Roteiro Nacional de Baixo Carbono, a concluir até 2018 - uma meta que decorre do próprio Acordo de Paris.
Nesta conferência, a comitiva do Governo integra o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro.
Em Marraquexe estará também presente, até sexta-feira, uma delegação da Assembleia da República composta por um deputado de cada grupo parlamentar: Berta Cabral, pelo PSD, Maria da Luz Rosinha (PS), Pedro Soares (BE), Álvaro Castello-Branco (CDS-PP), Virgínia Pereira (PCP), José Luís Ferreira ("Os Verdes") e André Silva (PAN).
O Acordo de Paris, que entrou em vigor a 4 de Outubro, estipula a meta de não ultrapassar os dois graus Celsius (ºC) de aquecimento global no final do século e tem como objectivo limitar a subida da temperatura a 1,5ºC para manter um risco mais baixo de alteração do clima.